Foto: Alexandre Viana

Figura incontornável e um dos melhores jogadores portugueses no Apex Legends, Francisco “k4shera” Alves prepara-se para mais um grande desafio na sua carreira profissional.

A pouco mais de 24 horas de iniciar a sua participação no ALGS Championship, o maior torneio da história no Battle Royale da Electronic Arts, o jogador da NEW esteve à conversa com a RTP Arena para falar do seu percurso no jogo.

Conduzida pelo Hugo “kazac” Pereira, a conversa abordou o passado de k4shera, os objetivos de carreira do mesmo, a dificuldade em encontrar estabilidade nas suas equipas, os problemas e desafios do cenário atual bem como o futuro da NEW.

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k4shera a competir na LHP ShellShock, ainda no CS:GO. Foto: Fraglíder/Gabriel Lemos

RTP Arena: k4shera, hoje és um dos nomes grandes do Apex Legends nacional, mas já tinhas experiência prévia noutros títulos como o CS:GO. Em janeiro de 2019, andavas a disputar os qualificadores para a LPCS e, no mês seguinte, é lançado o Battle Royale.

Qual foi o principal motivo que te levou a trocar de jogo? Foi amor à primeira vista, quando o experimentaste?

k4shera: Sim, essencialmente foi por ter gostado do jogo. No início, quando comecei a jogar o Apex, nem foi muito com uma mentalidade para o competitivo porque não havia nenhum indício de que isso iria acontecer.

Talvez tenha sido por já estar um pouco cansado do CS, as ambições que tinha e o que estava a conseguir concretizar não eram bem as mesmas, fiquei desmotivado com o jogo e a grind em si. Com o lançamento do Apex, dava por mim a jogar doze, catorze, dezasseis horas sem dar conta.

RTP Arena: A verdade é que, logo nos primeiros meses de jogo, foste a França vencer a La Catalane com o PostKiLL e o Psycle. Foi nessa altura que percebeste que podias perseguir uma carreira mais séria no título da EA ou esse momento só chegou mais tarde?

k4shera: O momento de que podia fazer disto a minha carreira… chegou mais tarde. Nessa altura, já sabia que se houvesse um cenário competitivo, eu ia estar lá e a conseguir competir com os melhores. Quando fomos a França, já íamos a contar com a vitória nessa LAN, mesmo que não pudesse acontecer.

Já tínhamos disputado alguns torneios online e, com o formato Kill Race que era praticado nesse tempo, não havia melhor – jogamos de forma constante com as melhores equipas do mundo e ficávamos em Top 2, Top 3.

Olhando a quem ia participar na La Catalane, mesmo que fossem bons jogadores, não tinham a nossa experiência nem o nosso estilo de jogo. A maior incógnita era mesmo: Até onde é que o APEX ia? Até quando é que será possível? Será que a EA vai investir a nível competitivo?

Sem esse interesse por parte da produtora, mesmo que houvesse LANs mais pequenas, ia ser muito complicado seguir isto como uma profissão. Digo isto enquanto competição, claro que em stream e criação de conteúdo dava sempre para fazer algo mas não era bem esse o meu foco.

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k4shera com a Lazarus no Preseason Invitational Polónia. Foto: EA

RTP Arena: Os resultados continuaram a aparecer com a qualificação para os X-Games, competição extremamente importante que vos permitiu assinar com a Lazarus, a última organização que representaste na tua carreira.

Consideras que o cenário ainda não tem o investimento que merece? E que lhe faltam oportunidades para crescer, por exemplo, a nível nacional?

k4shera: A nível nacional definitivamente. Até porque o nosso cenário é quase inexistente – olhamos sempre para o cenário de Apex Legends a nível europeu. O que falta, e nem é tanto a nível nacional, mas sim de um modo mais geral, acabou por ser bastante influenciado pela situação pandémica que vivemos.

O COVID deixou muitas organizações de pé atrás com o APEX: os campeonatos e os torneios serem todos online, a alteração constante dos formatos porque foi necessária uma adaptação por parte da EA para conseguir organizar provas e continuar a dar competitividade às equipas… tudo isso prejudicou bastante os jogadores, as equipas e as organizações.

Até à competição na Polónia, que era Invitational mas que não deixa de ser considerado como o 1º Major, iam aparecendo muitas organizações e outras tantas que não marcaram presença nesse torneio estavam com interesse em entrar no cenário.

Na altura do Texas Major, houve alguns contratos assinados, havia também muitas organizações e equipas que ainda não tinham anunciado oficialmente a sua ligação mas que já tinham negócios apalavrados e fechados, falamos de organizações de tier 1.

A partir daí, foi sempre a descer com organizações a deixar o barco e/ou a não considerar que valesse a pena estar presente neste cenário com investimentos.

Isso acabou por dificultar a vida a muita gente, até porque não é fácil estares durante um ano, ano e meio, dois anos a saber que, por muito bons que sejam os teus resultados, não vais ter um contrato ou, pelo menos, aquele que procuras.

Não quer dizer que seja impossível obter um contrato, mas… é sempre preciso ter um bocado de cuidado com esse tipo de riscos e decisões.

RTP Arena: Ainda agora falavas do Preseason Invitational na Polónia, um dos pontos altos na tua carreira ter participado no 1º Major de Apex Legends. O jogo continuou a crescer, mas sem os eventos presenciais, devido à pandemia, o que acabou por afetar o cenário em geral.

A ausência destes grandes campeonatos afetou a tua moral e motivação para continuar a competir?

k4shera: É complicado. O que mais afetou foi ali um seguimento de eventos, por volta dessa altura em que aparece a pandemia, houve algumas alterações na equipa, não tivemos a renovação com a Lazarus e…. um ou outro problema que também surgiu e que começou a criar na minha cabeça a ideia de que se calhar isto não está a correr assim tão bem como eu estava à espera, de que o caminho vai ser um pouco mais complicado.

Penso que, depois de continuar com a grind, o trabalho e com todo o apoio que tenho recebido, das pessoas que nos têm acompanhado, tudo se começou a compor novamente.

Recomeçamos o trabalho quase do zero e considero que, a meio deste último ano, as coisas começaram a dar certo, a ver o que estava a falhar e naquilo em que tinha de trabalhar. Os resultados começaram a aparecer novamente e estamos num caminho excelente, diria que só está a faltar mesmo… bem, o contrato. *Risos*

NEW k4shera postkill elixyr

Alguns dos elementos que constituem hoje o projeto da NEW. Foto: Alexandre Viana

RTP Arena: Sem contrato e sem organização, formaste em 2020 a NewTeam que veio mais tarde a ser conhecida como a atual NEW.

Tiveste o PostKiLL e o Hiarka numa versão portuguesa da equipa que acabou por durar apenas duas semanas, seguindo por diversas vezes caminhos distintos ao longo dos últimos meses.

Na altura, mencionaste que os três nunca iriam estar na mesma página e que não valia a pena alimentar o projeto. Qual é o principal obstáculo para encontrares estabilidade numa equipa? 

k4shera: Isto é uma coisa em que já pensei bastante, quase desde o início do Apex Legends porque houve sempre muita instabilidade nas minhas equipas. Principalmente, deve-se à minha incapacidade de encontrar aquilo que procuro para as minhas equipas e de não me contentar com o que tenho.

Sei que muitas vezes as minhas decisões e abordagens são questionáveis por muita gente, não sabem o que se passa internamente nem aquilo que procuro realmente – o que eu quero nos projetos é mentalidade.

Para mim, o que define um jogador que está no topo para um mediano ou de equipas tier 2/3, muitas vezes não é a qualidade individual, a bala ou o tempo de grind, é pura e simplesmente a mentalidade.

É a mentalidade com que se entra nos torneios, nos treinos, nos jogos, a postura com que se está dentro da equipa. Vim do CS:GO onde competi a um nível médio-baixo e, mesmo a esse nível, já se encontravam pessoas com a mentalidade minimamente certa.

Claro que não era para competir a um nível mais alto, mas, dentro do escalão em que se inseriam, com profissionalismo e seriedade que não se encontra no Apex Legends, às vezes nem no nível mais alto.

Não sei qual o motivo disso, as razões que levam tal coisa a acontecer, mas é algo que tenho tido muita dificuldade em encontrar. Um dos grandes fatores para que as coisas continuem a correr bem, não só do meu trabalho, é o PostKiLL que também evolui muito desde o início, sinto que neste momento estamos os dois na mesma página.

Ele já começa a perceber aquilo que lhe andei a tentar incutir neste tempo todo e é um jogador excelente, agora falta encontrar isso num terceiro elemento.

Atualmente, estamos com o Tyler, as coisas estão a correr bem, temos uma pessoa motivada e que respeita, que quer e tem vontade, mas temos de ver ainda.

Está numa fase de trial, vamos ver como se dá no ALGS Championship, como se dá nas finais, como é que lida quando as coisas começam a correr para o torto… qual o seu mental.

Costumo falar disto e acontece sempre, a chamada fase “lua de mel”. Sempre que crio uma equipa nova ou adicionamos um jogador novo, as primeiras semanas e eventos são sempre espetaculares. Sinto que toda a gente se está a tentar mostrar, uns aos outros, provar o seu valor individual.

Mesmo que não estejamos todos na mesma página, tu vês e sentes esse esforço para que todos estejam em sintonia porque é o início, todos querem que dê certo.

Basta passar essa fase inicial e tens 90% dos jogadores a começar a queda – todos eles são diferentes e tiveram problemas distintos, mas, de uma maneira ou doutra, sentes que houve ali uma mudança de mentalidade, de ver as coisas, a equipa e aquilo que estamos a fazer.

Essa mudança requer, muitas vezes, mais sacrifícios e compromisso, algo que nem sempre estou disposto a dar porque sentia que não tinha de partir de mim todo esse sacrifício e esforço, que tinha de ser algo de todos para todos.

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k4shera e PostKiLL, uma dupla de sucesso a carregar a bandeira nacional no Apex Legends. Foto: Alexandre Viana

RTP: Destacaste a importância do PostKiLL e, a verdade é que todos os teus grandes sucessos tiveram um denominador comum: a presença do Post no trio, um dos jogadores com o qual estás novamente. 2º lugar nos Playoffs de Outono, 4º lugar nos Playoffs de Inverno, resultados de destaque.

Após obter ambos, acabas no primeiro por ter a NEW inativa por tempo indeterminado e no segundo, um mês e uma semana depois, anuncias uma pausa na tua carreira.

Como tens lidado pessoalmente com estes altos e baixos? São principalmente fatores externos que têm levado a estas decisões, individuais e conjuntas?

k4shera: É de tudo um pouco, em todas as fases existem sempre problemas de equipa ou pessoais. Este ano foi muito complicado, não só para mim mas muita gente devido às mudanças no estilo de vida, as circunstâncias, foi muito mais difícil distanciar-me do jogo, limpar a cabeça e organizar as ideias.

A minha vida passou quase a ser o jogo, estar no meu quarto o tempo todo, parece que o stress e os problemas todos começam a empilhar, uns em cima dos outros e torna-se complicado. Esta última pausa competitiva que mencionaste, sinto que foi das melhores coisas que fiz.

Principalmente a nível mental, de conseguir ver as coisas com clareza, abordar este Championship que aí vem com uma visão mais clara daquilo que quero para mim e para a minha equipa, como vamos abordar cada jogo e fase.

Sem esse reset mental, esse tipo de pausas, ia chegar sempre a um momento de rotura em que não seria fácil retomar, posteriormente, como aconteceu no passado.

Também ajuda teres pessoas à tua volta, nestas últimas vezes, que entendem as coisas e que te tentam ajudar nelas – falávamos do PostKiLL e tem sido uma dessas pessoas que compreende perfeitamente e que ajudou bastante no processo.

Ele está sempre lá, presente, comprometido, pronto a ajudar e a fazer aquilo que necessitamos para poder ter sucesso no futuro.

RTP Arena: Estamos em contagem decrescente para iniciar a vossa participação naquele que é, até à data, o maior torneio da história do Apex Legends.

Como tem corrido a vossa preparação com o Tyler para o ALGS Championship?

k4shera: Tem corrido bem, estamos a ficar todos na mesma página, ainda temos de limar umas arestas. Sinto que estamos num bom caminho, a preparação passa muito por integrar o Tyler na nossa equipa e na filosofia de como o nosso jogo é feito, a abordagem nas diferentes zonas e nas diferentes fases de grupos.

Se tivermos isso bem preparado e disso estou certo, da maneira que temos treinado e jogado juntos, que temos tudo para fazer um bom Championship e obter os melhores resultados que já alcançamos até hoje.

RTP Arena: Com financiamento do público até ao dia de amanhã, este Championship já conta com mais de $2,500,000 em prémios, valor recorde na história do Apex Legends.

Como vês esta medida da EA e quais as vossas expectativas para o torneio?

k4shera: Esta iniciativa da EA é excelente na minha opinião, quanto maior o prizepool e os eventos, mais atrativo é para as organizações e também para os próprios jogadores, torna-se mais competitivo. Não só existe o aumento do prémio como também das oportunidades que qualquer equipa pode vir a ter no futuro, consoante os resultados obtidos.

A nível de objetivos da minha equipa, sinto que facilmente vamos alcançar a final e isso já não seria um resultado mau, garantíamos o Top 20 Europeu, mas a fasquia traçada por nós está no Top 5, tudo abaixo disso seria considerado como uma derrota.

Tudo depende de como correr esta fase de grupos, não vejo demasiada dificuldade em seguir em frente – se porventura não o conseguirmos fazer, só podemos culpar-nos a nós próprios a 100%. Se fizermos o nosso jogo, as probabilidades de não passarmos os grupos são muito pequenas.

A partir daí, irá depender muito de quem segue em frente, quais os Landing Spots que vamos ter, que equipas vão estar a pressionar-nos e as rotações feitas. Nessa altura, já é com o Battle Royale e não depende só daquilo que tu fazes, mas também dos outros finalistas.

Tendo tudo isso em conta, é um bocado difícil de prever o desfecho de uma final, mas, o nosso objetivo e sendo realistas, é alcançar o Top 5, algo que consideramos fazível.

Acima disso, tudo depende de como correr o dia – como estamos, as zonas, existe sempre aquele dia em que tudo corre bem, que todas as decisões que estamos a tomar estão corretas e depois também há o inverso, que pode acontecer e tudo o que fazes está errado. * Risos*

Estamos confiantes e no caminho certo.

RTP Arena: Já mencionaste as dificuldades que as equipas têm em encontrar apoios e uma organização. Em finais de março, também vocês procuravam precisamente isto – uma nova casa, investidores ou patrocinadores para o projeto.

Atualmente, vão comercializando camisolas, lançando recentemente uma edição comemorativa do Championship. Tendo em conta estas dificuldades, como está a correr essa procura por apoios e quais os objetivos traçados para a NEW?

k4shera: A nossa ideia para a NEW, e mesmo quando foi criada, passava muito por termos uma plataforma nossa para expor a equipa. Não considero que a ideia para a NEW, neste momento, seja partir para um projeto de Esports ou organização mais séria.

É claro que temos feito alguns investimentos – contratamos o Elixyr e temos algumas ideias para continuar a dinamizar a NEW – mas o objetivo é mesmo conseguir assinar contrato com uma organização, de preferência Tier 1, e a NEW passar a ser uma espécie de marca criada por nós.

Uma identidade, algo que quando assinarmos com outra organização, não fique completamente parada ou descontinuada porque é algo em que foi feito trabalho.

Muita gente já se identifica com a NEW, com a marca e aquilo que construímos, gostam e nós sentimos essa necessidade, mesmo que os nossos objetivos não passem por ficar aqui.

RTP Arena: Para além daquilo que fazes enquanto jogador, acabas também por ser um criador de conteúdo que vai crescendo nos últimos tempos, em várias métricas. Enquanto jogador e streamer de Apex Legends, até onde te vês a chegar?

Qual seria o ponto ou objetivo que gostarias de alcançar e dizer – é aqui, estou satisfeito com o meu percurso até agora? A aposta no Battle Royale é para manter nos próximos anos?

k4shera: Para me sentir realizado, o grande objetivo é ganhar um Major. Quando chegasse a esse ponto, ficava com o sentimento de que o meu trabalho aqui está feito e que agora é disfrutar do mesmo.

Óbvio que esse é o objetivo máximo e posso nunca vir a alcançá-lo, mas as minhas metas gerais passam pelo competitivo e não pela parte de criação de conteúdo.

Ao início, esta última acabava por ser uma companhia para o grind e, depois de se tornar mais profissional com a transmissão de scrims e tudo mais, acabou por se tornar numa ajuda.

Sabemos perfeitamente que é algo útil nesse sentido, de desenvolver marca pessoal, chegar a mais pessoas e alcançar mais audiências, mas o foco nunca passou por aí, nunca senti essa grande paixão pela criação de conteúdo.

O que sempre quis foi competir, ganhar torneios, mostrar resultados e o meu trabalho. Mas sim, os meus objetivos passam pelos Majors e, principalmente, estar a competir ao mais alto nível.

É por isso que lhes estou sempre a dizer que este ALGS Championship é muito importante, não só pelos prémios e o prestígio, mas pelas oportunidades que podemos vir a ter no futuro e o andamento/estatuto que podemos ganhar, etc.

Idealmente, seria assinar um contrato no próximo ano e, com o regresso das LANs, estarmos presentes nas mesmas a competir pelo 1º lugar. Mesmo que não consigamos ganhar ou converter esse tal Major, estar sempre no topo, mostrar que somos jogadores de topo e, a qualquer momento, a sorte pode estar do nosso lado.

k4shera Postkill Elixyr

O passado, presente e futuro da NEW. Foto: Alexandre Viana

RTP Arena: Tens algumas palavras finais ou agradecimentos que queiras deixar?

k4shera: Em primeiro lugar, agradecer-te a ti pela entrevista, pelo interesse e por toda a cobertura que tens feito da nossa equipa e do Apex Legends, é sempre importante. De seguida, um agradecimento muito especial ao PostKiLL, o denominador comum de todos os resultados foi ele, por muito que tenha havido alguns stresses ou estivéssemos em projetos diferentes em alguns períodos, ajudamo-nos muito um ao outro.

Trabalhamos muito para o mesmo e tenho de lhe agradecer toda a dedicação e empenho na equipa. Agradecer também a todo o pessoal que está a trabalhar conosco na NEW, aos nossos amigos, as pessoas que nos acompanham e dão constantemente apoio e ajuda.

À família, que está sempre lá para nós, nos bons e nos maus momentos, com mais ou menos ajuda, com uma opinião, uma crítica que também é importante… todos eles têm sido incansáveis, tanto família como amigos e quero agradecer-lhes por tudo.

RTP Arena: Muito obrigado k4shera pela entrevista e o tempo dispendido, boa sorte para ti e para a tua equipa no ALGS Championship!

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