O Clube Desportivo Feirense é mais recente equipa de futebol a apostar nos esports.
feirense
A posto do clube do norte é no FIFA ProClubes e vai ter uma equipa a participar na Liga Portuguesa de FIFa, mais concretamente na 2ª Divisão B.
Os Touros FC são agora o Clube Desportivo Feirense eSports.
O jornalista Marcelo Brito, do Correio da Feira, esteve à conversa com os intervenientes e explica como surgiu a criação do clube de esports ligado so Clube Desportivo Feirense:
“O Clube Desportivo Feirense torna-se mais eclético. Depois de criar uma equipa de C. D. Feirense – Basebol, surge agora um novo desafio. Os fogaceiros apostam nos desportos electrónicos ao contratar uma equipa de FIFA 17.
Tiago Zack joga com Ricardo Martins que adianta o esférico para Pedro Maciel. O médio domina, roda sobre o opositor e entrega a Marco Varas nadireita. Varas vai no um contra um…, ultrapassa o adversário, cruzamento largo… aparece Fábio Viegas, amortece de cabeça para Hugo Rodrigues… por cima! Ficou por centímetros o primeiro da partida!’ E se lhe dissermos que este podia ser um relato do Feirense? Acredite-se. A mais recente aposta do Feirense é uma equipa do jogo electrónico FIFA e o grande responsável é espinhense.
Pedro Costa, 32 anos, agente da Guarda Nacional Republicana, denomina-se um apaixonado por consolas desde pequenino. “Tinha entre 10 ou 12 anos quando recebi uma consola Megadrive na noite de Natal. A partir de então, os videojogos fizeram sempre parte dos meus hobbies”, recorda. O primeiro contacto com o FIFA, jogo electrónico de futebol desenvolvido pela EA SPORTS, da EA – Electronic Arts, surge por volta de 1994. “Lembro-me de jogar o FIFA ’94, mas na vertente do utilizador controlar os onze jogadores. A partir de 2009, comecei na vertente de um controlar um e 11 controlarem 11. Daí a dificuldade ser maior, mas a paixão aumentou drasticamente”. Actualmente, passa três horas por dia a jogar, mais três em trabalho de direcção.
11 utilizadores controlam 11 jogadores
O FIFA apresenta múltiplas plataformas jogáveis aos utilizadores. A mais usual é aquela onde um utilizador controla toda a equipa. Uma segunda vertente denomina-se Ultimate Team. Os utilizadores compram cartas de jogadores, constroem as suas equipas e jogam entre si. “Em nenhuma delas sou jogador nato”, confessa Pedro. “A minha praia é passar do mundo real para o virtual. Eu, Pedro Costa, sou jogador do Feirense e jogo a médio-ofensivo. O Hugo Rodrigues, por exemplo, é jogador do Feirense e joga a ponta-de-lança. O Paulo Coutinho é médio-direito, o Marco Varas é médio-esquerdo e, nesta vertente, cada um controla o seu jogador onde o cabelo, as feições físicas, a barba, o peso, a altura, as chuteiras e em tudo o resto, existe a possibilidade de transpor para o mundo virtual”, explica Pedro Costa.
É precisamente este último método que o Feirense vai adoptar… contratando a já existente equipa Touros FC, criada por Pedro Costa. “Estamos inseridos na Liga Portuguesa de FIFA e, cada vez mais, estamos a seguir o rumo de todos os clubes profissionais entrarem no mundo virtual. Os Touros FC foram adquiridos pelo Feirense e, como tal, iremos mudar de nome. Passaremos a ser CD Feirense eSports. Assim, todas as competições em que estamos inseridos vão contar com a participação do Feirense. A ideia é, no FIFA 17, gerirmos os jogos, as contratações e a publicidade do clube”, explica.
Feirense como um dos pioneiros em Portugal
Actualmente, para a consola Playstation 4, na modalidade de 11 controlarem 11, Estoril, Boavista, Belenenses e Santa Clara já possuem equipa. Dos denominados grandes, apenas o Sporting CP detém a modalidade, mas na vertente de um controlar 11. Vitória de Setúbal e Farense detêm equipa de FIFA para o computador. “O Feirense está a ser um dos pioneiros, mas tudo isto é muito precoce e embrionário apesar de ter noção e conhecimento que já existem mais clubes a serem sondados”, adianta Pedro Costa.
Mas afinal, porquê o Feirense? “Sou de Espinho, mas sempre vivi o Feirense. Olhando para o panorama nacional, e devido à localização, só o Feirense se enquadrava. Não contabilizámos outra hipótese. Podíamos ter optado por Boavista, Leixões ou Espinho, mas ideia era o Feirense. Falei com o Miguel Nunes que foi a porta de entrada para este projecto. Ele deu-me a oportunidade de ter uma reunião com a administração do Feirense e falei com o senhor Eugénio [Almeida]. Explicámos a situação e ele levou o projecto à direcção e SAD. O principal entrave, os direitos desportivos dos jogadores, ficou resolvido porque nós não utilizamos os nomes deles. Somos obrigados a usar os nossos ID’s da PlayStation [o Cartão de Cidadão do FIFA]”, explica.
Feirense estreia-se na Segunda Divisão B
Os Touros FC, agora Clube Desportivo Feirense eSports, está actualmente inserido numa comunidade portuguesa de FIFA que já contabiliza 12 edições, isto porque bateram em retirada de uma outra comunidade que, segundo Pedro Costa, não está devidamente chefiada e organizada. “Podia dar ao Feirense um produto mais aliciante. Estávamos numa comunidade, a FBPA Sports, com Liga dos Campeões, Taça de Portugal e Taça da Liga. Estávamos no topo, mas alertei que iríamos sair. Na última edição desistiram quase dez equipas e não quero meter o nome do Feirense numa comunidade assim. Não existe organização”, adianta.
Agora, o Feirense eSports irá fazer parte dos quadros da Liga Portuguesa de FIFA, pertencente à IFBPA que é como a FIFA (Federação Internacional de Futebol) para o mundo ProClubes. “Vamos começar de baixo, mas apresento um produto que no final de dois anos terá um retorno completamente diferente”, avança. O Feirense encontra-se, neste momento, na Segunda Divisão B. Existe uma Primeira Divisão formada por 10 clubes. Algumas transitaram da época anterior e outras através de uma Liguilha. “Concorremos à Liguilha de acesso, mas não nos foi possível participar porque o limite eram seis e nós éramos a sétima. Mais tarde, disseram-me que haviam 30 clubes para a Segunda Divisão. Como concorremos à Liguilha, deram-nos acesso à Segunda Divisão B. Os da A são os que já têm histórico na comunidade, os da B foram os que concorreram à Liguilha e que não entraram e os da C são os clubes completamente novos. Sobem quatro, descem quatro”, detalha.
Entretanto, a IFBPA foi adquirida por uma comunidade espanhola, a única que, segundo Pedro Costa, possui licença eSports. “Como tem licença, pode, às outras comunidades, negar-lhes autorização para jogarem com equipas que detém. Em Espanha existe uma Liga Profissional de Clubes. Na próxima época, no FIFA 18, a comunidade vai tentar transportar para Portugal a ideia de todos os clubes profissionais estarem na Primeira Divisão”.
Do actual plantel do Feirense eSports, todos os jogadores são maiores de idade, mas de várias localidades e nações desde Barcelos, Penafiel, Espinho, Porto, Amadora, Santarém, Sesimbra, até… Luxemburgo, Suíça e Antuérpia.
“A ideia é criar a modalidade E-Gaming”
Pedro Costa não quer limitar o Feirense ao FIFA e objectiva voos mais altos com a criação de um sector inteiramente dedicado aos jogos electrónicos. “A minha ideia é criar uma modalidade já existente no Estoril. A E-Gaming. Esta iria gerir tudo o que é feito ao nível dos eSports”. Assim, o objectivo passaria por recrutar, para os quadros do Feirense, equipas de, por exemplo, Counter Strike ou League of Legends da Feira.”
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