A Amplitude Studios lançou o seu mais recente título, ENDLESS Dungeon, e a RTP Arena teve oportunidade de o jogar.

Depois de nos trazer jogos como o belíssimo Humankind, que também passou pela RTP Arena, e lançar a saga ENDLESS, a Amplitude Studios continua a inovar. A produtora francesa especializou-se no género de estratégia por turnos 4x, mas em ENDLESS Dungeon apresenta-nos um Rogue-Lite Shooter com elementos de Tower Defense que impressiona pela positiva.

A fórmula deste jogo não é necessariamente nova, mas aqui é aplicada de uma forma cuidada, até demasiado modesta por vezes, talvez por sair do molde habitual da produtora, que nos habituou a jogos bem desenhados e sem grandes problemas técnicos ou mecânicos.

A premissa do jogo, sem entrar em região de spoilers, coloca-nos numa estação espacial, que está bloqueada por forças misteriosas. Todo o nosso objetivo é tentar encontrar uma forma de evacuar todo o grupo que se encontra preso nesta situação.

Esta ideia já seria interessante para um jogo linear, mas a Amplitude Studios decidiu criar uma experiência diferente. À boa moda de Maze Runner, um filme que talvez alguns de vocês (os mais novos) não conheçam, temos de correr num labirinto proceduralmente gerado que conta com vários andares e várias áreas diferentes.

As áreas serão desbloqueadas através de chaves que vamos encontrando aleatoriamente em cada aventura. Cada uma conta com inimigos específicos, missões especiais que vão sendo desbloqueadas e muitos segredos. Estas missões permitem-nos desbloquear novas habilidades, que existem sob o nome de Chips, e dão um propósito especial a cada nova aventura que promete sempre mais desafios que a anterior.

Cada vez que entramos no grande labirinto temos um objetivo principal, chegar ao centro (Core) para que o nosso Cristal Bot possa arranjar uma forma de salvar todos a bordo. O Cristal Bot serve como um companheiro de viagem, e também como a nossa base física em cada uma das aventuras, e para além de nos termos de manter vivos, temos também de proteger este amigo, ou enfrentar a consequência de voltar à estaca zero.

Este “voltar ao início” é tudo menos algo negativo, dada a natureza Rogue-Lite do jogo. Ao entrar novamente em jogo vamos já com novos poderes, melhor capacidade de armamento e cada vez mais conhecimento do jogo.

Como já referi no início desta análise, o jogo tem também elementos de Tower Defense, isto porque em cada corredor há locais destinados ao nascimento de inimigos, que não podemos destruir, mas também slots onde podemos construir pequenas torres para nos ajudar.

O primeiro nível destas torres é bastante fraco e parece que servem apenas como isco para ganharmos tempo, mas com bom uso dos nossos recursos podes evoluir estas ajudantes para que deixemos de nos preocupar com certos caminhos.

Para construir as torres temos que gastar recursos, que são criados em geradores que implantamos em certas zonas, e que não estão seguros de ataques inimigos. Dado que o jogo pode ser jogado a três, uma das mais importantes tarefas é mesmo a de proteger estes criadores de recursos que são como um oásis no deserto de tão rara a periodicidade em que aparecem.

A boa gestão destes recursos é imperativa para se conseguir uma boa run neste jogo, por isso peçam aos deuses do Matchmaking que não vos apareça um colega que gosta de gastar bens essenciais nas maiores trivialidades, como me aconteceu a mim.

Em bom jeito de um jogo deste género, temos à nossa disposição uma panóplia de heróis diferentes. Notei três especialidades distintas: Suporte, Dano e Resistência, sendo que há vários heróis que misturam as classes e se adequam a todas as situações. Os heróis de Suporte são especialistas em ajudar os colegas com regeneração de vida, ou fortalecer as torres colocadas pela sua equipa, as restantes classes são bastante auto-explicativas.

Para adicionar um toque de Midas a este sistema convencional de heróis, é possível utilizar uma panóplia de armas que vamos encontrando em jogo. Cada uma dessas armas tem tipo de disparo únicos e atributos agregados como Fogo, Ácido, Luz e Electricidade, que funcionam como um pedra-papel-tesoura em combate com os inimigos, que também eles possuem elementos próprios.

Postas de parte as tecnicalidades deste título, que não são poucas, resta falar da experiência cooperativa. Este jogo para além de permitir jogar a campanha a solo, tem um modo multijogador online que nos permite ganhar moedas e desbloquear zonas ao jogar com outros jogadores.

Aqui, caso sejamos o criador do servidor, podemos escolher jogar com 1 ou 2 colegas e fazer avanços significativos no nosso jogo guardado. A companhia humana conta com chat de voz, e facilita as decisões dentro de jogo, porque ao invés de gerirmos 3 heróis, podemos focar a nossa atenção apenas numa personagem, isto assumindo que os restantes jogadores sabem o que fazem, o que não é inteiramente verdade em todas as minhas experiências.

Apesar da diversão extra que faz o jogo realmente brilhar, as ligações ainda precisam de trabalho por parte da Amplitude Studios. O lag presentes neste modo de jogo quando não somos nós a criar o servidor pode tornar-se doloroso por vezes.

Em suma, este jogo é um dos melhores Rogue-Lite que já experienciei, aponto apenas uma clara falta de conteúdo no lançamento, que pode encurtar a quantidade de vezes que vamos querer repetir as nossas aventuras. Apesar disso, tem um ambiente incrível, acompanhado de uma banda sonora que faz inveja a muitos AAA, e permite-se brilhar quando jogado em modo cooperação.

Para os fãs de ficção científica, Tower Defense e Rogue-Lite, atrevo-me a dizer que esta é a melhor opção lançada nos últimos 5 anos. Faz lembrar uma altura em que os jogos eram desenhados para serem divertidos tendo, claro, a sua dose de dificuldade que nos faz suar.

Estou ansioso por ver o que a Sega, editora do jogo, e a Amplitude Studios têm preparado para manter este jogo vivo, mas conhecendo a Amplitude, tenho a certeza que o título tem o futuro assegurado com muitas novidades e atualizações.


O ENDLESS Dungeon foi lançado no passado dia 19 de outubro e está disponível para velhas e novas gerações de consolas: PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X | S. Esta análise foi realizada na versão Windows, através da Steam. Em breve o jogo contará ainda com lançamento na Nintendo Switch. 

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