Imagem por: FromSoftware/Bandai Namco

Indubitavelmente, o jogo do momento: Elden Ring é a mais recente aposta ganha da FromSoftware e um pilar futuro do género Souls.

Nesta que será a primeira de duas partes da nossa review, poderás ter acesso às primeiras impressões do Hugo “kazac” Pereira ao longo de quase vinte horas de jogo no mundo criado por George R. R. Martin, Hidetaka Miyazaki e a sua equipa.

Depois do Demon’s Souls em 2009, da trilogia Dark Souls, Bloodborne e Sekiro: Shadows Die Twice, o Elden Ring surge como um sucessor espiritual e uma evolução natural dos seus antepassados, mantendo a “tradição” com novos elementos.

A customização da personagem sempre foi um ritual de início na maioria destes jogos e o mais recente da FromSoftware não é diferente – entre nome, género, aparência, classe e uma “lembrança”, um de nove items com os quais podemos começar o jogo.

A nossa aventura inicia com um setting medieval e rapidamente entramos em contacto com clássicos da linha FS. Desde as mensagens que podem ser deixadas por outros jogadores (com dicas ou não) às suas poças de sangue que reproduzem uma morte.

Depois de completar a introdução e o tutorial, somos conduzidos pela primeira vez a um dos pontos altos deste título – o seu magnífico “Open World” onde a equipa da FromSoftware claramente se esmerou, com paisagens belíssimas e repleto de conteúdo.

Um jogo Souls não seria o mesmo sem a dificuldade tremenda que o caracteriza e desde cedo temos contacto com essa realidade. Logo na zona inicial, não faltam inimigos que estão bem acima da nossa liga, marcando um ponto naquela que será a nossa jornada.

Aliás, toda a premissa dos Souls e o que os tornou viral assenta também no desafio que estes apresentam aos seus jogadores – o processo de “tentativa e erro”, frustração, adaptação, aprendizagem e superação é um ciclo que considero gratificante nestes títulos.

Elden Ring

O Open World de Elden Ring é uma autêntica obra de arte (Imagem: Bandai Namco)

O potencial que a configuração de arsenal nos confere em relação aos anteriores também não pode ser subestimado; existem várias formas de atribuir novas qualidades às nossas armas e liberdade para ir trocando, dando muito mais profundidade ao aspeto tático.

Enfrentar um “boss”, cair dez vezes antes de utilizar uma estratégia diferente e ser bem-sucedido é algo que poderemos experienciar muito no Elden Ring – afinal de contas, estamos a falar de um jogo de mecânicas, análise de padrões e alguma … muita paciência.

Felizmente, a produtora tornou-se mais generosa no que diz respeito a checkpoints e já não coloca tanto sal na ferida. Por mais frustrante que uma derrota tenha sido, na maioria dos casos não vamos receber penalidade dupla e ter de repetir uma travesia enorme.

Para além dos principais “Sites of Grace” que existem em quantidade abundante e muitos deles à porta dessas batalhas épicas, temos ainda as “Stakes of Marika” que nos podem poupar distâncias – o jogador pode escolher em qual delas pretende voltar ao mapa.

Ainda assim, desengane-se quem pensa que o desafio já não existe ou foi simplesmente facilitado – no percurso realizado até agora no jogo da FromSoftware, não faltam inimigos comuns, mini-bosses e bosses principais a causar muitos problemas ao jogador.

Elden Ring

O desafio presente sobe de nível com as batalhas obrigatórias (Imagem: Bandai Namco)

Aliás, as duas primeiras batalhas obrigatórias que temos de realizar para progredir na história do jogo e aceder a outras áreas são, para dizer o mínimo, uma autêntica carga de trabalhos. É aí que surge outra virtude do jogo – não faltam escolhas para evitar bloqueios.

Quem quer ter uma experiência a solo sem ajudas, pode optar por uma retirada tática, explorar outras zonas deste mapa imenso (as dimensões do mesmo são seriamente absurdas) e, no processo, tornar-se mais forte e obter items melhores com o conteúdo secundário.

A sua experiência, habilidade de progressão e divertimento não estão confinadas numa única batalha que consideram impossível de ultrapassar e, mesmo que fosse esse o caso, é aí que entra outra opção: completar o desafio com recurso a jogadores mais experientes.

Nos “bosses” principais que já enfrentei, tem sido sempre possível invocar um NPC para nos auxiliar e, tanto nestes como nos opcionais, fazer uso ainda de um jogador real que nos torna a tarefa bem mais fácil para quem quer simplesmente seguir em frente no jogo.

Seja qual for a opção que um jogador toma para determinado conteúdo, o Elden Ring não nos impede de disfrutar dele e ajustar o desafio para aquilo que queremos – é certo que temos um único nível de dificuldade, mas existem formas mais fáceis para derrubar obstáculos.

Elden Ring

Completar conteúdo secundário é uma boa fonte de entretenimento (Imagem: Bandai Namco)

Acima de tudo, cada experiência de jogo é única  – o formato não-linear pode facilmente despistar-nos da história principal enquanto investimos horas e horas na descoberta de novas áreas, dungeons e segredos do Elden Ring, mas considero tudo isso muito belo.

Se fizermos um questionário a múltiplos jogadores de como passaram e o que fizeram nas suas primeiras vinte horas de jogo, as respostas serão muito, muito variadas. Seguir a história, completar conteúdo secundário, explorar mapa, juntar recursos e ganhar níveis…

Existem “n” respostas e isso diz muito de um jogo: no fundo, somos livres para fazer aquilo que queremos, até podemos não ligar patavina à história, estar ali só pelo desafio, jogabilidade e mundo do Elden Ring que dificilmente iríamos ficar aborrecidos com o jogo.

A juntar ao “fast travel” já presente em outros títulos Souls, neste ainda temos a companhia do Torrent, o nosso fiel corcel que torna a nossa aventura, deslocações e descoberta do mapa mais interessantes – encontrar todas as peças do mesmo é apenas o início.

O “Fog of War” é muito bem aplicado no mapa-mundo que pode ainda ser personalizado por nós com marcadores para assinalar diferentes áreas de interesse que encontramos. Juntando tudo, o valor está definitivamente lá para ter um retorno de muitas horas.

Elden Ring

Um pequeno excerto do mapa com o estilo de Elden Ring (Imagem: Bandai Namco)

Do tempo investido até agora no Elden Ring, posso partilhar muitas opiniões mas destaco estas: é obrigatório para fãs “Souls”, ainda que com um estilo diferente e muitas novidades (Stealth, Summons,Crafting, etc…), continua a ter a essência e muitas referências.

Desde Berserk a “lore” semelhante e “cameos” de NPCs às mecânicas de Parry, counter, dodge e batalhas épicas, não faltam elementos para que os seguidores deste género se sintam em casa. E ainda temos alguns updates QOL, como stamina ilimitada fora de combate.

Para quem gosta de desafios e está hesitante quanto ao Elden Ring, sinto que o mesmo tem muito para dar e, acima de tudo, conteúdo variado para completar. Para os complecionistas, poderemos estar a falar de mais de 100+ horas de jogo para atingir o “100%”.

Assim que terminar o título da FromSoftware, irei revisitar esta review para lançar a segunda parte da mesma e ver que impressões permanecem válidas após a conclusão, quais caíram por terra ou foram reforçadas, bem como partilha do meu veredicto final.

O Elden Ring encontra-se disponível desde o dia 25 de fevereiro nas plataformas PlayStation 4, PlayStation 5,  Xbox One, Xbox Series X/S e Microsoft Windows, contando com um valor recomendado em Portugal entre os 59,99€ e 69,99€ para a versão standard.

Jogo testado por: Hugo “kazac” Pereira na plataforma PlayStation 5.

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