A RTP Arena entrou no mundo de Age of Empires para por à prova uma das mais icónicas séries de sempre. A cópia usada nesta análise foi oferecida pela Xbox Portugal.

Age of Empires é para muitos “A Saga” quando se fala de jogos de estratégia em tempo real. Apesar da importância da série para o género, o último jogo da linha principal foi lançado já há 16 anos atrás.

Foi em 2005 que Age of Empires III tentou reinventar algo que não precisava de ser reinventado e apesar de boa crítica e um número de vendas aceitável, acabou por deixar a série na dita pausa de mais de 1 década e meia. Apesar de uma tentativa de reviver a série em 2011 com uma versão totalmente fracassada do Age of Empires Online, foram os remakes HD e as edições definitivas da primeira e segunda iteração do jogo que reanimaram o interesse do público na série.

Eis que em 2017, pela primeira vez, a Microsoft anuncio o lançamento da 4ª instalação da série que estaria preparada já para uma era mais competitiva, com melhor grafismo, e adaptado à realidade atual. Agora em 2021, está finalmente a chegar este tão aguardado título, com lançamento previsto já para o dia 28 de outubro.

Este Age of Empires IV, que tivemos o prazer de experimentar em primeira mão afasta-se do AOE III e funciona quase como um AOE II 2, passando a redundância. Estamos de regresso à era medieval, deixando de lado as armas de fogo que eram foco na 3ª edição do jogo e voltámos aos cercos, muralhas e infantaria.

O título joga-se quase de forma idêntica ao Age of Empires II e inspira-se diretamente nesse jogo em todos os aspetos mecânicos. Estão de regresso os padres que convertem tropas em grande escala, as batalhas de barcos que não terminam e as estratégias de contruir muralhas impenetráveis.

Apesar desta utilização de mecânicas mais velhas, a Relic Entertainment e a World’s Edge conseguiram inovar em tudo o que podiam melhorar. Uma das mudanças mais imediatas para melhor é o sistema de criar e gerir exércitos com o clique de dois botões. Basta selecionar uma porção da nossa força militar e carregar CTRL+1 para imediatamente podermos voltar a selecionar estes tropas com o simples clique da tecla 1. Isto é não só uma evolução mecânica para os casuais, permitindo uma melhor gestão dos tipos de tropas mas também uma muito bem vinda mudança a favor de um possível esport emergente.

Fora do controlo de tropas, uma das melhores coisas que adicionaram neste jogo foi a forma peculiar como se evolui de idade. Agora ao invés de ser uma simples evolução no Town Center, são os trabalhadores os responsáveis por contruir um edifício especial, que é escolhido pelo jogador, cada um com virtudes diferentes, e que ao ser completado leva a nossa civilização para a era seguinte. Esta escolha de edifício em muito faz lembrar a escolha de deus no spinoff da série, Age of Mythology quando queríamos passar para a era seguinte.

Outra mudanças são as especialidades dos edifícios, que agora contam com bónus de adjacência como por exemplo os moinhos darem bónus de colheita a campos adjacentes ou alguns edifícios darem bónus de produção de unidades. Isto exige que a construção de uma cidade ou posto de vigia seja calculada e minuciosa para que se tire o máximo rendimento dos nossos recursos.

Toda a UI foi melhorada e adaptada para uma leitura fácil, indicando a produção de recursos por minuto, e mais importante, quantos trabalhadores temos a cada momento em cada recurso. Uma melhoria que pode parecer meramente visual e de qualidade de vida mas tem claramente em vista a capacidade de transmissão do jogo nas diversas plataformas e a sua transição para as competições.

Uma mecânica incrível neste novo jogo é a construção das muralhas de pedra. Agora, ao invés de serem apenas versões mais robustas das paliçadas, permitem ainda colocar arqueiros em cima das mesmas para defender as imediações, permitem guerra de infantaria nos seus corredores e até a construção de torres seteiras para evitar invasões por torres de assalto.

Para derrubar estas torres, são agora mais do que nunca necessários equipamentos de guerra como as baterias ou torres de assalto, que ao invés de serem construídas numa loja própria, são construídas no campo de guerra por soldados de infantaria. Esta é também uma outra novidade, agora muitas das personagens contam com habilidades especiais como por exemplo a capacidade dos arqueiros montarem campos de pernoita para se curarem.

Para os fãs de história, preparem-se para uma verdadeira experiência de outro nível, algo que arrisco a dizer genial! Durante o modo de campanha, que passa por batalhas reais da história mundial somos recompensados, para além da possibilidade de as jogar, com experiências em vídeo que mostram os locais, entram em detalhe na história e colocam um peso totalmente diferente naquele que podia ser apenas mais um jogo de estratégia baseado em factos reais mas que agora se apresenta como um verdadeiro documentário interativo.

Se não bastassem os vídeos de apresentação das batalhas e mudanças geopolíticas durante as 4 campanhas disponíveis: The Normas, The Hundred Years War, The Rise of Moscow e The Mongol Empire, há também vídeo especiais desbloqueáveis ao fim de cada nível. Estes vídeos contam com informações interessantíssimas sobre a era medieval, perfeitas para os malucos por história, como eu.

Graficamente o jogo não é impressionante, mas com tudo o que se está a passar no ecrã, ainda bem que não tentaram replicar o AOE III, em que o ultra realismo, era conflituoso para com a experiência de jogo. No seu lançamento, o jogo conta apenas com 8 civilizações para já : Ingleses, Chineses, Mongóis, Sultanato de Déli, Franceses, Califado Abássida e o Império Sagrado Romano-Germânico.

Este é o melhor título de estratégia em tempo real que já joguei na vida e não digo isto sem conhecimento de causa. A estratégia sempre foi o meu género favorito de videojogos e experimentei tudo o que havia para experimentar entre RTS e TBS, contudo, nenhum título está tão polido e com tanto conteúdo histórico como o Age of Empires IV. É sem dúvida, para mim, um candidato a jogo do ano e um novo ponto de referência para o género RTS como os seus antecessores foram.

Hoje há RTP Arena Plays com o Ghazz, Commander Bonny e Jamil Heneni para entrarmos em mais detalhe sobre este novo título de estratégia e falar um pouco sobre a importância da saga Age of Empires. Não percas na tua RTP Arena a partir das 19h!

O jogo será lançado para o público oficialmente no dia 28 de outubro. Estará ainda disponível para assinantes do Xbox Game Pass já no dia de lançamento.

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