A RTP Arena teve a oportunidade de experimentar o novo Minecraft Legends através da Microsoft Portugal.
O mundo de Minecraft continua a expandir-se e em breve chega um novo título inspirado nos velhos blocos da Mojang Studios. A criadora deste universo juntou-se à Blackbird Interactive para criar uma forma inédita de explorar o Overworld.
O Overworld está sob invasão dos Piglins e cabe-nos a tarefa de libertar o mundo desta nova ameaça. Em Minecraft Legends somos convidados a unir a estratégia à criatividade para ultrapassar os novos desafios que nos são apresentados.
Neste jogo somos colocados no papel de um herói a quem é dada a Legendary Lute, um instrumento que nos permite comunicar através da música com os Allays (pequenas criaturas que nos vão ajudar ao longo das nossas aventuras).
Fugindo ao Minecraft convencional, não seremos nós a recolher diretamente os materiais usados para as mais diversas construções, ficando essa tarefa entregue aos Allays. O mesmo se aplica às estruturas que vamos criando no Overworld.
Estes personagens são um “recurso” limitado, sendo que vamos aumentando a quantidade de Allays que temos ao nosso dispor ao longo do tempo para podermos executar mais tarefas de cada vez.
Com o desenrolar do jogo vamos também aprendendo novas melodias, uma outra palavra para habilidades, que permitem aos Allays recolher novos recursos bem reconhecíveis do jogo como Diamante ou Redstone. Estas melodias, que ficam armazenadas no nosso Songbook, abrem também caminho para novas construções que estas personagens podem erguer.
O recurso aos Allays provou-se muito útil para que o jogador possa focar-se nas tarefas do jogo em si sem se preocupar com recolhas entediantes de materiais. É só darmos a ordem de recolha de um recurso que estes aparecem diretamente no nosso inventário enquanto percorremos o mapa em busca de ação.
Através do poder que nos é dado pelos cuidadores do Overworld – Action, Foresight e Knowledge -, temos de ajudar os habitantes de um mundo gerado proceduralmente. Com recurso a construções e aliados, que vou explicar mais à frente, temos de eliminar os malditos Piglins e impedir que destruam por completo a paz destes habitantes.
Temos ao nosso dispor construções defensivas, ofensivas e de suporte. Estas construções serão úteis para “spawnar” aliados, erguer muralhas e torres defensivas ou casas de reparação para ajudar os habitantes.
As aldeias destes povos estão espalhadas pelo mapa e, a cada pôr do sol, uma será atacada por várias ondas de Piglins. A estratégia é simples: durante a noite proteger o Overworld e durante o dia levar a guerra até aos inimigos para destruir as suas bases e ganhar terreno neste conflito.
Cada aldeia que mantemos a salvo dá-nos cofres recheados de materiais que podemos utilizar para melhorar a nossa base, o Wishing Well, e aprender ou melhorar melodias.
A premissa do jogo parece simples na sua base mas complica-se com as várias mecânicas que são introduzidas através do Songbook e da Banner. A Banner serve para controlarmos os aliados que podemos gerar e até várias personagens icónicas do universo Minecraft como Creepers ou Skeletons que nos vão acompanhar nos combates.
Ao explorar com o nosso herói, que tem a capacidade de atacar só por si, podemos levar sempre um exército de aliados a quem podemos dar ordens. Para os jogadores veteranos, este estilo de jogo remete-nos para títulos como Pikmin ou Overlord.
Temos a capacidade de dar ordens de ataque ou ordens de seguir, gerir as personagens que avançam ou ficam, ou até libertar as tropas que ficarão onde as deixarmos. Durante as minhas experiências não senti grande necessidade de utilizar todas estas ordens, mantendo sempre os aliados a seguirem-me e decidindo as disputas através da minha própria espada.
Tentei por várias vezes criar estratégias de combate mas senti que a mecânica atrapalhava mais do que ajudava no calor da batalha. Achei mais útil o recurso aos Allays que me permitiam construir torres e barreiras durante os combates, dando-me mais opções tácticas.
Dada a singularidade de cada criatura que podemos gerar (cura, ataque de longo alcance, destruição de edifícios, etc), acredito que estas sejam mais úteis em duelos contra outros jogadores. Aí pode existir um valor acrescentado em escolher as combinações certas para levar para a guerra pela vitória.
A campanha não é a mais memorável, contudo, ganha pontos na capacidade de ser jogada uma e outra vez, sempre em mundos diferentes, graças à geração procedural que ocorre a cada novo jogo. Pode também ser jogada em modo cooperativo, algo que não tive a oportunidade de experimentar, mas que promete ser um dos modos mais explorados.
Há também a possibilidade de explorar todas estas mecânicas em modos de jogo PVP (2v2, 3v3 e 4v4). Infelizmente, não consegui encontrar uma partida durante o período experimental, ficando só na imaginação o potencial deste modo de jogo.
Não vale a pena entrar pelo aspecto gráfico do jogo porque é Minecraft no seu esplendor. Há quem ame, há quem odeie, mas o seu estilo será sempre inconfundível.
Penso que o objetivo de Minecraft Legends seja óbvio: explorar os limites do que é possível fazer com o motor do Minecraft e inovar, como sempre foi bandeira deste título.
Este novo jogo foi mais além na fórmula do “lord e seus minions” e abriu portas a uma forma diferente de introduzir estratégia no género de aventura. Os mundos gerados proceduralmente, a capacidade de cooperação, os modos PVP e os desafios que serão lançados semanalmente prometem dar uma longa vida a esta nova entrada no universo do Minecraft.
Não posso dizer que o jogo me tenha impressionado, apesar de ser um grande fã deste cruzamento de géneros, contudo, a diversão e o potencial estão lá.
O Minecraft Legends estará disponível para as consolas Xbox Series X/S, Xbox One, PlayStation 4 e 5, Nintendo Switch e PC (Xbox App e Steam). O jogo será lançado no próximo dia 18 de abril.
Esta análise foi jogada na versão de PC através da aplicação da Xbox.
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