Foto por: Enrique Guzmán Egas na Unsplash

Numa ação pouco comum, o governo da China decidiu voltar atrás com uma panóplia de regras anunciadas em 2023 após movimentações negativas dos mercados.

A China tem tentado regular o seu mercado nacional de videojogos e controlar a forma como os seus cidadãos gastam o seu tempo e os seus recursos nos jogos. Para o final de 2023, o governo chinês preparava novas regras que iriam ajudar a combater o vício no gaming pelas suas gerações mais jovens, bem como limitar os gastos em loot boxes e outros sistemas semelhantes, mas o mercado reagiu mal.

Entre o anúncio das regras, a dia 21 de dezembro, e o início de janeiro, as ações de algumas das maiores empresas chinesas da indústria digital, como a Tencent, NetEase, Yoozoo Interactive e Perfect World, caíram abruptamente nos mercados.

No total, estima-se que o setor da tecnologia tenha perdido perto de 100 mil milhões de dólares desde o anúncio do primeiro projeto de novas regras, que não significava ainda que estas viessem a chegar ao público.

Com esta reação negativa nas suas empresas, as autoridades chinesas voltaram atrás com as regras e preparam uma lista de regras consideravelmente mais leves para introduzir no setor. Desde o anúncio da revisão destas regras, a NPPA – National Press and Publication Administration -, a entidade que regula a indústria dos videojogos no país asiático, tentou apaziguar os ânimos dos mercados autorizando um número recordista de jogos.

Apesar das promessas de rever estes projetos de lei, os mercados continuam reticentes e estão expectantes para ver os regulamentos finais. A desconfiança do setor perante o governo já remonta a 2020 quando o país começou a apertar as regras sobre os seus jogos de forma a evitar que estes criassem um problema de vício entre os seus cidadãos caso continuassem desregulados, algo que outros países, nomeadamente europeus, também fizeram para proteger, especialmente, os mais jovens.

A China está na vanguarda da indústria e possui algumas das mais poderosas empresas de videojogos do mundo, pelo que não é do interesse do país impedir o seu crescimento.

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