A Gearbox tentou reinventar a roda com o Spin-Off de Borderlands, Tiny Tina’s Wonderlands, mas o que surgiu foi o motor a jato. A RTP Arena esteve a experimentar este novo título da equipa responsável pelo mais conhecido Loot Shooter de sempre.

O novo título da saga Borderlands, que funciona como um Spin-Off da série, foi anunciado no verão de 2021. Segundo os próprios criadores, este jogo era um plano já desde 2010, onde a fantasia e a loucura de Borderlands se reuniam num só título.

A personagem que dá nome a este jogo é uma das mais amadas da saga de shooters espaciais, Tiny Tina, e aparece neste jogo como fio condutor para toda a ação. A Tiny Tina desempenha o papel de Dungeon Master num clássico jogo de Dungeons and Dragons, aqui adaptada para Bunker Master no jogo Bunkers and Badasses.

O mundo do jogo vai alterando no momento consoante a narração da Tiny Tina e, à bela maneira que a saga nos habituou, a loucura é constante. Nada pode ser dado como garantido neste universo que mistura o jogo rápido de tiros e habilidades de Borderlands com momentos de exploração num tabuleiro de jogo onde pontes são caricas e barreiras são snacks de queijo caídos.

A primeira coisa que temos de fazer quando inicíamos este jogo é criar a nossa personagem baseada em uma de seis classes únicas. Ao críarmos a nossa personagem podemos distribuir pontos de stats à nossa escolha, de Força a Inteligência ou Constituição a Destreza, entre outros, bem ao modo D&D. A cada nível podemos colocar mais um ponto na nossa “folha de personagem”.

Cada classe contém habilidades únicas, servindo vários propósitos no modo online, característico da saga, e que nos permite jogar todo o título com um grupo de amigos. Para aumentar o flavor do título, até a backstory do nosso personagem é escolhida por nós, afetando as suas habilidades.

Na fase de tabuleiro, podemos explorar o mapa com a nossa personagem e encontrar desafios escondidos, procurar dungeons, resolver puzzles e viajar entre cidades ou cenários. É possível conhecer várias personagens nesta vertente do jogo, sendo que as mecânicas são reduzidas, focando-se na exploração com referências especiais a outros jogos como Pokémon e Legend of Zelda.

Este mundo, onde a nossa personagem é transformada numa versão bobble head, permite-nos entrar no mood de jogo de tabuleiro, retirando a pressão inerente de um shooter. Apesar da liberdade de explorar todo este tabuleiro, só temos 2 ações possíveis, andar ou soquear, não havendo qualquer perigo imediato quando nesta forma. Podem, contudo, surgir desafios que nos remetem novamente para um cenário de shooter.

Já na área de combate, os desafios são idênticos aos restantes jogos desta saga. Temos uma longa lista de armas e habilidades, adaptadas visualmente a este universo fantástico de Tiny Tina’s Wonderlands.

O sistema é o mesmo de todo o género looter shooter, onde temos de correr, disparar e usar habilidades, aqui chamadas de magias, para derrotar hordas de inimigos que saem de todos os lados. No final de cada zona ou em cenários especiais, somos desafiados por bosses recheados de carisma e presenteados com as tão desejadas loot boxes que nos permitem aumentar a força da nossa personagem.

O jogo é um dos mais bem conseguidos da Gearbox, senão o seu melhor. Toda a ação, loucura, comédia e ironia de Borderlands estão presentes em Tiny Tina’s Wonderlands aliados à fantasia bombástica que saí da cabeça da Tiny Tina.

É possível alegar que as diferenças entre este spin-off e os jogos principais da série não são substânciais, contudo, isso não retira o valor que o jogo tem só por si. Para colocar a cereja no topo deste fantástico bolo, faltou mais ousadia na forma como as mecânicas de jogo de tabuleiro foram implementadas neste título.


O Tiny Tina’s Wonderlands foi lançado no passado dia 25 de março para as plataformas PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S e PC. Esta análise foi feita na versão Windows na Epic Games Store.

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