A RTP Arena colaborou novamente com a plataforma Streams Charts para trazer uma visão sobre o panorama do Streaming em África.
O mundo do streaming continua em crescimento de um modo global, o que é confirmado pelos dados partilhados pela Streams Charts. O continente africano não é exceção à regra, vendo um aumento substancial da quantidade de horas vistas, que alinha do mesmo modo pela oferta disponível, com aumentos de 31,7% e 22,3% respectivamente, comparando 2023 com 2024.
Nazar Babenko, Product Manager do Streams Charts, nota mesmo essa tendência na sua análise: “O desempenho do livestreaming em África em 2024 registou um crescimento notável, com o total de horas assistidas (HW) a aumentar de 639 milhões em 2023 para 841 milhões – um aumento de 31,6% em relação ao ano anterior. Este aumento impressionante destaca a base de audiência em expansão da região e a crescente relevância cultural do livestreaming como meio de entretenimento preferido.“
Em contraste com outras regiões, contudo, o favoritismo pelo YouTube é muito mais vincado do que, por exemplo, em Portugal. A plataforma de vídeo da Google tem uma percentagem de mercado muito superior às restantes, com Kick e NimoTV a seguirem-se. A segunda plataforma de eleição na Europa só aparece na 4ª posição no continente africano, perdendo em todas as vertentes para as suas rivais.
Da mesma forma que se passou em Portugal, ao longo de 2024 houve uma quebra dos espectadores a meio de 2024, mas que não impediu a tendência crescente do interesse nas plataformas de streaming digitais. De forma igual, mas também mais acentuada do que na Europa, o conteúdo não-gaming domina por completo o mercado, reduzindo o gaming a um nicho que vê as suas maiores plataformas na Kick e na NimoTV: “Os conteúdos não relacionados com jogos ganharam destaque em África, com a sua quota a aumentar de 78% em 2023 para 89% em 2024. Esta mudança de 10% reflete um interesse crescente do público em diversas categorias, como a música, o estilo de vida e a educação, ao passo que os conteúdos de jogos registaram um declínio notável, com uma queda de 44,5 milhões de horas vistas.“
A escolha das plataformas contrasta com a Europa, como podes ver aqui:
Os criadores de conteúdo mais vistos, encaixam também com os países com mais interesse neste tipo de entretenimento. No topo encontra-se uma longa lista de criadores marroquinos, que dominam tanto em popularidade como em picos de assistência. O mundo árabe africano domina os tops, fazendo mesmo com que o idioma árabe seja o mais ouvido nestas plataformas, seguindo-se o inglês.
“Streamers como Ilyas Elmaliki tornaram-se ícones culturais no ecossistema africano de livestreaming, com mais de 12 milhões de horas vistas. O seu sucesso demonstra o poder do conteúdo hiper-localizado e a eficácia de interagir com o público através de temas relacionáveis e culturalmente ressonantes.” – Nazar Babenko
O domínio de Marrocos no ecossistema digital, contudo, é conquistado por Abdo 2xd, um streamer egípcio que apesar de não surgir no top 10 de mais horas vistas, domina o top de maior pico do ano, com mais de 160 mil espectadores em simultâneo com os seus conteúdos de futebol.
Estes foram os maiores criadores de conteúdo em África em 2024:
Da mesma forma que em Portugal, o GTA V conquistou a atenção do público africano, mas depois há uma tendência bem diferente nos jogos que se seguem. Counter-Strike não aparece sequer no top 10, enquanto que em território nacional é o mais visto.
Os jogos mobile dominam parte da lista, com largos milhões de horas vistas, encontrando-se aqui PUBG Mobile, Free Fire e surpreendentemente Marvel Snap. VALORANT, EA FC e League of Legends são os esports não-mobile favoritos do público africano.
Estas foram as categorias gaming mais assistidas em 2024:
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