Imagem por: Movistar KOI

Renato “stadodo” Gonçalves, AWPer português da Movistar KOI, falou à RTP Arena sobre as primeiras semanas vividas no projeto ibérico.

Numa entrevista exclusiva de duas partes, o foco desta primeira esteve nos temas extra-jogo e o que mudou na vida do jogador deste a sua contratação, bem como a transição para a organização espanhola e o impacto dos novos seguidores.

Recrutado junto da FTW no final de 2023, o AWPer de 27 anos foi oficializado a 4 de janeiro em Madrid na apresentação do novo projeto que fundiu MAD Lions, Movistar Riders e KOI, encontrando sucesso imediato nos qualificadores do Major.

Volvidos 37 dias desde a sua entrada, o português afirmou que a comunicação nunca foi problema e que contou com a ajuda de todos: “Receberam-me muito bem, são um grupo fantástico e, ter aqui já pessoas que conhecia como o JUST e o deLonge, tornou tudo mais fácil.”

Movistar KOI RMR

stadodo não sentiu qualquer dificuldade na sua adaptação à nova equipa. Fotografia por: Movistar KOI

“Completamente cómodo com todos”, Renato sente que já está a 100% dentro do projeto e que a sua ambientação não podia ter corrido melhor. Com passagens por grandes casas do CS ibérico, o português distinguiu as experiências vividas e a nova vida na Movistar KOI:

“A maior diferença que sinto é que não somos a equipa principal, é óbvio que a organização está muito virada para jogos como o League of Legends, VALORANT… acho que o Counter-Strike estava muito como algo de 2º plano em Espanha e cabe a nós, não só com bons resultados mas também bons jogos, puxar a malta para o nosso lado e é isso que temos feito.

Na Movistar KOI, temos uma estrutura gigante, digamos que é tudo mais profissional. Lembro-me que nos SAW, como FTW e OFFSET, existiam sempre assuntos extra-jogo para tratar e, aqui, não preciso de fazer nada, simplesmente jogo. Essa é a real diferença – no final do meu tempo nos SAW, já estava a acontecer isso mas o ambiente era diferente e ia ser sempre diferente, por ser algo criado de raíz”.

Ainda neste capítulo, stadodo lembrou que OFFSET contava com um “ambiente familiar” e que sentia, a nível de organização, uma SAW “completamente diferente” da altura em que lá esteve, recordando a FTW como uma casa que, apesar das diversas equipas, sempre se sentiu confortável:

“Comecei lá, voltei a passar mais recentemente e acredito que, apesar de não ter sido um sucesso total por não atingirmos os resultados que desejávamos, em termos gerais e de evolução, tanto de equipa como individual, e mesmo fora do servidor, foi um sucesso”.

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“Já o tinha feito na FTW, com o desporto mais presente no meu dia-a-dia, mínimo três vezes por semana.” Créditos: FTW

Tal como Tiago “JUST” Moura no podcast “À Prova de Bala”, também stadodo partilhou que a sua rotina mudou fora do servidor por “imposição” da organização, ainda que, no seu caso, algumas das principais mudanças já tenham começado na sua última passagem pela fénix, com o desporto mais presente no seu dia-a-dia:

“Aqui temos preparador físico, temos um psicólogo desportivo (…) És “obrigado” a fazer essa parte, fora do servidor, com acompanhamento diário que torna tudo mais fácil porque já sabes o que tens de fazer ou pretendem que faças” complementou o atleta português.

Com exercício pela manhã antes de dar início aos seus treinos de equipa às 11:00, Renato Gonçalves tem uma missão e um sonho – a qualificação para o primeiro Major de Counter-Strike 2, algo que tem impedido a equipa de ter um horário mais fixo e requisitado mais disponibilidade por parte de todos os membros.

Durante a noite, o AWPer trabalha ainda no individual porque o RMR Europeu e tempos assim o exigem: “diria que tenho demasiadas horas até mas julgo que é necessário para os nossos objetivos a curto-prazo”, não descurando a importância do descanso e folgas semanais.

Sem surpresa, a junção de múltiplas organizações com fanbases enormes, especialmente a de Ibai Llanos, criaram uma verdadeira onda de Movistar KOI nas redes sociais, especialmente no X (antigo Twitter) onde os jogadores portugueses foram literalmente engolidos.

Tanto stadodo como JUST tiveram crescimentos absolutos na ordem dos 23% e 39% no que diz respeito ao número total de seguidores nessa rede, recebendo respectivamente 3,549 e 2,852 follows ao longo de janeiro para alcançarem totais de 18,829 e 10,167.

Para o português, alimentar redes (Twitter, Twitch, Instagram) sempre foi algo normal e com assiduidade mas nunca se sentiu obrigado a tal, agora “o que não foi normal é passar ao RMR e ter 2000, 3000 likes em segundos, as minhas redes estarem a rebentar completamente, ter jogos com 60000 pessoas a ver… foi um choque positivo, digamos”.

Ciente da importância das redes, o português reforçou que a equipa ainda não passou por um mau bocado, vivendo estas com moderação: “Agora estamos no positivo, acabo por não me agarrar a isso a 100% porque, se vier o negativo e me agarrar dessa forma, não será bom, nem para mim, nem para a equipa. Tento manter um equilíbrio mas esse apoio é bom, tem sido surreal e muito bom”.

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No regresso à Roménia com outra camisola, só a qualificação para o Major importa. Fotografia por: PGL/ João Ferreira

Com Portugal, Espanha e Roménia representados na Movistar KOI, “são vários cenários a lutar para que consigamos alcançar os nossos objetivos”, afirmou stadodo que espera apoio por parte das pessoas e, acima de tudo, realismo na hora de julgar os resultados obtidos.

“Não temos assim tanto tempo de equipa, o que conseguimos já foi muito bom, lutamos todos os dias para que as coisas melhorem e, neste momento, tudo o que queremos é chegar ao Major (…) Queremos colocar a bandeira ao mais alto nível, voltar aos grandes palcos e espero que estejam todos do nosso lado”.

Confiante que a próxima semana pode ser muito especial para si, o português fez uma última ressalva: “Se houver algum desaire, espero que as pessoas compreendam que isto é só o início, uma equipa não se faz em 1-2 meses mas sim com mais tempo, que estejam do nosso lado e encarem a realidade como ela é”.

No dia 12 de fevereiro, a Movistar KOI viaja para Bucareste onde, de 14 a 17 de fevereiro, irá disputar uma de oito vagas no PGL Major Copenhagen num grupo com SAW e Juve. Em breve, poderás ter acesso à 2ª parte desta entrevista onde são abordados os preparativos para o RMR e o lado mais competitivo deste 1º mês aos olhos de stadodo!

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