“Bora Giants, Bora Giants!”

Foi com cerca de noventa vozes em sintonia que dois autocarros partiram de Portugal rumo a Madrid durante a madrugada para apoiar um dos gigantes de Portugal na BLAST Pro Series. O entusiasmo presente era quase palpável e assim se manteve durante as longas horas de viagem. Mas o que levámos a terras de nossos hermanos foi algo diferente. Aquilo que nem o fã mais ávido esperava encontrar. Connosco foi toda a raça portuguesa, que apenas nós como portugueses compreendemos e conhecemos.

A surpresa era visível em todas as faces presentes na Madrid Arena, possivelmente questionando-se de onde apareceram todos estes portugueses para apoiar a equipa de coração. Com o barulho ensurdecedor que fizemos como claque sabíamos que todos os olhos e ouvidos estavam postos em nós – sendo exatamente essa a nossa finalidade. Os Vodafone Giants sentiram, em cima daquele palco, que não eram apenas cinco jogadores e três membros do staff. Durante a tarde de sexta-feira, sentiram que éramos parte da equipa, uma família que tão intensamente vivia o momento, como se dentro do próprio servidor se encontrassem. A nós juntavam-se as vozes de todos os portugueses que não tiveram a oportunidade de viajar connosco, mas que em casa acompanhavam todo o evento com a atenção vidrada.

“Sou, dos Giants eu sou, para todo o lado eu vou, só para te ver ganhar!”

Depois de uns sofridos três mapas, a equipa portuguesa saiu vitoriosa do servidor, carimbando a entrada no torneio principal, cumprindo assim um dos seus principais objetivos e levando toda a claque vermelha e preta ao delírio. Por cima de toda a euforia emocionada, o tambor fazia-se ouvir, como se de umas palmas constantes se tratasse. O objetivo estava cumprido, mas a caminhada continuava. Avizinhavam-se jogos muito complicados – a elite mundial esperava-os do outro lado.

Mas o impacto já tinha sido sentido. Sabíamos que frases sobre o apoio português estavam a ser escritas, mensagens a ser trocadas, comentários a serem feitos. Tínhamos os olhos de toda a comunidade em nós. Não só foi uma viagem memorável e que realizou sonhos a muitos, foi também a possibilidade de contribuir para o futuro dos esports em Portugal. Todos falavam do poder do publico português, da euforia demonstrada, da paixão que se via presente em cada um.

O passo inicial foi dado em 2018, com os primeiros eventos internacionais a tomarem forma em território nacional. A primeira aposta, com a Moche XL Esports, foi um sucesso. Outra se seguiu, influenciada pelo sucesso da primeira, com a BLAST Pro Series Lisboa. Mais uma vez, todo o sucesso que se podia desejar foi alcançado. Portugal respira esports. É o início de um futuro grandioso da indústria no nosso país. A questão que se coloca depois da excursão a Madrid é: se noventa têm este impacto, o que conseguirão fazer vinte mil a gritar pelas suas equipas preferidas?

É esta a dúvida que paira sobre o futuro dos eventos internacionais em território nacional. Sabemos que já estamos ao alcance dos grandes eventos – resta saber quem é a próxima entidade a dar o grande passo e fazer a aposta no povo português. Uma coisa é mais que certa: aqueles que já nos viram sabem daquilo que somos capazes de fazer como fãs e adeptos. Possuímos uma cultura que nos permite abraçar e aproveitar estas oportunidades como se da última se tratasse. E, na minha opinião, não existe melhor maneira de retribuir o investimento e aposta que é feita em nós.

Da minha parte, um grande obrigado aos Giants Gaming que tornou esta viagem e oportunidade possível, obrigado à BLAST por tão bem nos receber, mas obrigado principalmente a vocês, aos que me acompanharam na viagem e aos que nos acompanharam em casa. Foram vocês que tornaram esta pequena aventura numa realidade digna de ser recontada vezes e vezes sem conta. Demos a conhecer ao mundo aquilo que somos capazes de fazer e abrimos, possivelmente, a porta de Portugal a um futuro que todos queremos.

Da nossa parte, missão cumprida!

Gonçalo “ghazz” Louro

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