Os Worlds de League of Legends estão prestes a terminar, é já sábado que os SKT1 e Samsung Galaxy se irão defrontar coroando um novo vencedor, isto se não for a equipa coordenada por L.i.E.S a ganhar a competição pelo segundo ano consecutivo.
Até este ponto tudo o que ocorreu durante e após a fase de grupos foi mais ou menos o esperado, mas não menos entusiasmante. Dentro do imprevisível surge a passagem dos Albus Noxa Luna deixando os CLG e G2 para trás no grupo, depois de uma performance surpreendente que deixou todos perplexos. Foi empolgante ver os “underdogs” a debaterem-se frente a grandes organizações que entraram na competição a imaginar que das quatro, apenas três iriam disputar as duas primeiras posições… Quão enganados estavam…
Contamos ainda com a ausência dos TSM, equipa que muitos consideravam favorita para liderar o último grupo, e que para mal dos milhares de fãs portugueses de Bjergsen, nem a segunda posição conseguiram ocupar, eliminando a equipa americana mais cedo que o esperado e dando assim lugar aos RNG. Foi um choque ver o favorito a partir, a saudar a plateia precocemente, mas em parte, é isto que se quer ver numa competição, surpresas, imprevistos.
bjergsen worlds
A verdade é que o panorama competitivo de League of Legends já não é o que era. Embora ainda contemos com super jogadores como o caso do midlaner dos SKT1, Faker, fez-se notar ao longo da competição que sozinho, não consegue fazer nada, e que tal como todos os outros jogadores, é humano e erra. Faker já não é o monstro que controla o seu posto de trabalho, encostando qualquer oponente à sua torre, mas será isto por se encontrar a jogar pior, ou pela competição estar agora a alcançar o mesmo patamar que o dele? Penso que seja a segunda hipótese, os roles e posições encontram-se equilibradas e todos eles são necessários para um controlo absoluto face ao adversário. Junglers e ADCs são importantíssimos no meta atual, meta que tem como objetivo terminar o jogo o mais depressa possível, dai vermos jogadas agressivas nos momentos iniciais da partida.
Já dentro do próprio jogo vimos a aparição de Zyra e do seu domínio na lane após a fase de grupos. Sivir / Karma era a bot lane mais jogada antes dos worlds, mas tudo isso mudou com a chegada do maior evento de League of Legends. Ezreal e Caitlyn começaram a surgir, a tomar controlo do ponto sudeste do mapa e com isso chega a Poison Ivy, personagem extremamente ofensiva graças à sua passiva e W, perfeita para controlar e impedir que o campo seja puxado dada a sua habilidade capaz de deixar o oponente imóvel, ideal contra um meta de ADC agressivos.
Mas como já seria de esperar, existem sempre cartas na manga, e felizmente ases e trunfos foram gastos entre SKT1 e ROX Tigers, jogo que mais pareceu uma final antecipada. Rivais do último encontro dos Worlds do ano passado voltaram a defrontar-se, e não poderiam ter dado melhor espetáculo que aquele que foi visto dia 21. Faker dominou no primeiro jogo e deu o primeiro mapa para a sua equipa, mas foi a partir do segundo que começou o incalculável. Miss Fortune é escolhida como último champion dos ROX, deixando o público ao rubro, e se viram os dois jogos seguintes, sabem bem o impacto que teve. Depois do estado de negação dos SKT1 no início do terceiro jogo, o mesmo não poderia acontecer no quarto, “não vamos perder para uma MF” devem ter pensado, e engolindo em seco viram-se obrigados a banir o champion nos jogos seguintes. Tal decisão conduziu-os à vitória das meias-finais e infelizmente para mim, colocou um ponto final daquela que seria a equipa favorita a vencer a competição.
gorilla worlds

Em relação ao segundo encontro das meias-finais entre os H2K e os Samsung Galaxy não existe muito que possa ser dito. É sempre bom ver uma equipa europeia a chegar tão longe num agitado e soberano mar asiático e embora o início do primeiro jogo ficasse a prometer um imprevisível embate contra a maré, rapidamente acabaram por naufragar. 3-0 a favor dos Samsung Galaxy, infelizmente ainda não é desta que vemos um braço de ferro digno dos europeus e americanos frente aos eternos rivais.
Maiores surpresas deste mundial por parte de André Guilhoto, atual treinador dos K1CK eSports: 
Vários jogadores surpreenderam nestes Worlds, vários jogadores desiludiram, mas fiquemos pelos que deixaram um contributo positivo!
Falemos das surpresas – CoreJJ e Crown dos SSG, Jankos dos H2k e Peanut dos Rox Tigers, por motivos bastante distintos! No caso do CoreJJ, um ex ADC de uma das piores equipas americanas, transformou-se num dos melhores Supportes, mesmo com o pouco tempo que teve nessa mesma role, sempre incansável na botlane. Crown, um fantástico midlaner, 19º na lista de melhores jogadores presentes nos Worlds, acabou por conseguir demonstrar o seu poderio (sobretudo frente a Bjergsen) no ponto central do mapa, contando agora com o seu maior teste frente a Faker na grande final. No caso de Jankos observamos um jogador coeso, que raramente falhou, mesmo nas três derrotas frente aos SSG, jogos onde a sua presença no early game fez-se notar imenso, não só na eficácia de ganks como na pressão exercida na enemy jungle, algo notável por parte da equipa que passou na 3ª seed europeia. Por fim Peanut, jovem promessa que obteve uma performance fantástica no seu primeiro mundial. Numa equipa que conta com grandes estrelas como Smeb e Pray, foi de facto Peanut quem brilhou e para mim o jogador que mais se destacou sobretudo na série frente aos SKT1.
Conclusão
A história repete-se, mais um ano, mais um domínio claro por parte das organizações coreanas. É difícil ficar indiferente a tudo isto, Samsung ultrapassam as dificuldades e alcançam a final, e por fim, Rox Tigers, com o infortúnio de apanhar a equipa de Faker nas meias-finais, naquela que foi para mim a melhor BO5 alguma vez vista numa competição de League of Legends, deixando a equipa de Peanut e Smeb para traz. De leme na mão estão os SKT1, prontos para mais uma final, terceira se formos a contar, resultando muito possivelmente numa sensação de deja vu ao veremos o levantar da taça por parte da equipa de vermelho no dia 29.
 
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Crónica do Rubber Chicken pela mão do André Henriques.
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