Raquel “Raquel_Ty” Martinho continua a cimentar o seu estatuto de melhor jogadora portuguesa de FIFA com mais um título conquistado na FPF eFootball.
A jogadora do CD Tondela esteve à conversa com a RTP Arena após a revalidação do seu título de campeã nacional em Guimarães, abordando aquilo que foi a sua preparação para esta final e muitos dos desafios atuais no cenário feminino.
Beatriz “byaseabra_09” Seabra, colega de equipa de Raquel Marinho no clube beirão, foi o último obstáculo rumo ao objetivo que a jogadora traçou no início do ano, afirmando que a sua preparação para este jogo foi feita ao longo da temporada.
“O sentimento é sempre agridoce quando jogamos contra uma colega de equipa mas, felizmente, foi mais doce para mim por ter conquistado o título nacional”, estas foram as primeiras palavras da bicampeã antes de partilhar novos objetivos.
Com vitórias em todas as competições femininas que a FPF organizou até agora, Raquel_ty quer continuar a competir e a vencer no FIFA, tendo o sonho de dar o salto e conseguir competir com os melhores do mundo num jogo dominado por rapazes.
“Para mim, a importância de ganhar é mandar uma mensagem a todas as raparigas que jogam casualmente. Se tiverem nível para tal, é continuarem a treinar para poderem estar neste palco. Temos capacidade para estar aqui, temos é de trabalhar arduamente para tal.”
Referência maior num cenário subdesenvolvido, a jogadora do CD Tondela não poupou elogios à Federação Portuguesa de Futebol, afirmando que a mesma é a única do género a realizar torneios femininos e que isso coloca o nosso país no mapa mundo:
“O cenário em Portugal é muito mais avançado – sei de jogadoras de Inglaterra que me disseram que gostariam de vir cá para o ano jogar a Masters. É um bocado triste ver como Portugal está tão evoluído e lá fora, na Europa e América Latina, as jogadoras não têm torneios para participar.
Existem alguns casuais mas é pouco, é importante ter as federações mais oficiais a fazer torneios, é assim que se vai chamar mais jogadoras, que o cenário vai evoluir e que o jogo passará a ser, realmente, para todos e não para o nicho dos rapazes, é um jogo para nos envolver a todos.”
Professora de Fisiologia, Raquel_ty considera que “faltam mais raparigas aparecerem no cenário”, partilhando que conhece jogadoras casuais que não o fazem por medo de competição com rapazes: “digo-lhes sempre que comecei por baixo e agora estou onde estou, temos sempre de pensar positivo e pensar que conseguimos evoluir para tal”.
Para assegurar que essa condição vital para o desenvolvimento do FIFA feminino se concretiza, a campeã nacional aponta à realização de mais torneios e investimento das equipas, para que as jogadoras possam mostrar o seu nível e melhorar num cenário “pequeno no mundo”, acreditando no crescimento do mesmo.
Com Teka e Fabiane como referências femininas, Raquel_ty abriu as portas da sua vida ao simulador futebolístico com o FIFA 20, o primeiro que comprou porque começou a trabalhar e conseguiu adquirir a PlayStation 4, reforçando que sempre gostou de jogos de futebol.
“A parte competitiva aparece quando o Bombnuker faz o 1º torneio em colaboração com a TSW, a partir daí, tentei começar a competir. Inscrevi-me, coloquei um tweet a perguntar se alguém queria treinar comigo – o BurstLegacy, que era o manager da Grow uP, treinou comigo, gostou do meu nível e, a partir daí, foi sempre a crescer”.
Enquanto aguarda por aquilo que o futuro lhe reserva, a antiga jogadora de uP e SC Braga mantém um pensamento: “Este é um jogo virtual, a parte genética não entra tanto aqui – todas conseguimos jogar como eles, é necessário treinar para tal e as equipas investirem em nós para podermos mostrar o nosso nível e sermos cada vez melhores.”
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