Quando Gabe Newell, fundador da Valve, levou um punhado de jornalistas aos escritórios da empresa estes pensavam ser apenas mais uma visita guiada pelas instalações de uma super-empresa. Porém, acabaram numa conferência de imprensa à porta fechada sobre o Artifact, tal como noticiámos aqui.
De acordo com GabeN, o “Artifact está para os trading card games como o Half-Life 2 estava para os jogos single player” pela sua inovação e conceitos únicos adaptados, como o facto de se usar três campos de batalha em vez do tradicional campo único. O cofundador da Valve quis que alguns pontos ficassem bem claros durante toda a apresentação:
- O jogo não é grátis para jogar mas, também, não é pay to win;
- Uma maior raridade de uma carta não significa, necessariamente, que esta seja mais forte;
- Muitas das decisões de design do jogo foram tomadas para afastar o jogo tanto quanto possível do conceito de pay to win.
As cartas do jogo vão poder ser compradas, trocadas ou vendidas através da Steam, um conceito que origina directamente na categorização do Artifact como Trading Card Game não fosse este desenhado pelo criador de Magic: the Gathering, um dos maiores – senão o maior – TCG da história. Evidentemente, tendo o jogo um custo base é provável que venha com um conjunto inicial de cartas e os jogadores que pretendem obter mais poderão adquirir packs que conterão um determinado número das mesmas. Isto, quando aliado à lei da oferta e da procura serão aquilo que vai definir o valor de cada carta individualmente. Quanto maior a procura e mais difícil for de encontrar uma carta, maior será o seu valor e vice-versa.
Tal como já falámos anteriormente, no Artifact, cada jogar terá acesso a 3 boards por jogo em vez de uma só e todas as elas são jogadas de forma completamente independente. Cada uma destas boards começará com um herói, perfazendo 3 de um total de 5 no baralho. Cada deck possuirá, além das 5 cartas de herói, outras 40 cartas que podem ser ajustadas consoante a preferência do jogador. Cada herói que é inserido num baralho, levará consigo cartas específicas associadas ao mesmo e os cinco heróis escolhidos aparecerão no loading screen do jogo permitindo saber de antemão alguma informação sobre o baralho do adversário. As restantes cartas que não estão associadas a um herói permanecerão em segredo até que sejam jogadas.
No que toca ao jogar o jogo em si: O jogo começa no campo mais à esquerda e move-se em direcção à direita. NO primeiro turno, os jogadores começarão com 3 de mana e, como é lógico, não conseguirão jogar muita coisa. Porém, à medida que o jogo avança, a quantidade de mana que cada jogador tem vai aumentando, permitindo que os jogadores vão jogando cartas cada vez mais fortes.
Outra semelhança que o Artifact terá com o Magic: the Gathering será o sistema de prioridades durante o turno. Isto é: Quando um jogador joga uma carta, a prioridade de avançar com outra carta passa para o jogador do outro lado do campo. Isto permite um maior ritmo de jogo dada a possibilidade de resposta para “anular” cartas fortes demais que o jogador poderia não ter como lidar assim que ela marcasse a sua presença em campo. Assim que os jogadores estejam confortáveis com as decisões que tomaram, inicia-se a fase de batalha.
O posicionamento das cartas torna-se importante em Artifact dado que durante a fase de batalha, cada carta luta com a carta que está em frente no campo adversário. Quando uma carta não tem uma adversária para poder lutar, ela atacará a torre do jogador (salvo algumas excepções em que o “tipo” de carta é diferente) que tem 40 pontos de vida. Se, por ventura, esta for destruída aparecerá um “nexus” no seu lugar que tem o dobro da vida de uma torre. O primeiro jogador a derrotas duas torres em boards diferentes ou uma torre e um nexus no mesmo campo de batalha será o vencedor da partida. Essencialmente, este jogo é sempre jogado numa espécie de best of 3.
Quando a fase de combate termina é altura de tirar o pó da armadura e seguir para o campo seguinte onde o processo se repete até chegar à ultima etapa do campo mais à direita. No início do turno seguinte, o jogador receberá outros 2 heróis (os que sobravam dentro dos 5 totais do baralho) e terá que decidir onde os colocar. Esta decisão tem um peso enorme no jogo porque um jogador não consegue saber de antemão onde o adversário vai colocar os seus heróis e há a possibilidade de ele o fazer de forma a que neutralize as cartas do jogador. Por esta unica razão, esta decisão pode dar a volta a uma board e inverter o jogo a favor ou contra o jogador.
Tal como num MOBA, a cada turno aparecerão criaturas no campo de cada jogador de forma aleatória e serão outro factor que terá que pesar aquando da decisão de onde jogar determinada carta. É nesta altura, também, que os jogadores se depararão com a loja de equipamentos. Quando um jogador derrota uma criatura e heróis adversários, recebe gold que pode gastar nesta loja ao comprar equipamentos para melhorar as capacidades dos heróis ou poções para os curar. Estes equipamentos além do custo de gold na loja têm também um custo de mana que será mais alto quando mais forte for o equipamento em si e durarão todo o jogo depois de jogados. Por exemplo, se um herói com um equipamento for morto, ele sairá de jogo por um turno e quando regressar pode ser colocado em qualquer uma das 3 boards e manterá o equipamento que lhe foi colocado.
Além disto tudo, não há qualquer limite à quantidade de cartas que podem estar em campo ou nas mãos dos jogadores.
O Artifact é um jogo que promete, certamente, ser diferente de tudo aquilo que já foi feito até hoje. Conceitos inovadores e fórmulas com provas dadas abundam neste jogo que tem tudo para ser o próximo blockbuster da Valve.
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