Futuro decidido! Gustavo “Juve” Alexandre vai dar continuidade à sua carreira de treinador na kONO.ECF, organização lançada por Yevhen Konoplyanka.
Sem equipa desde finais de janeiro com o fim da Into the Breach, o técnico português está oficialmente de volta após alguns meses de inatividade, negociações às quais a RTP Arena teve acesso para te trazer, em exclusivo, os bastidores desse processo.
Lançada em março do ano passado num investimento conjunto de Oleg Shustenko e Konoplyanka, ex-futebolista internacional ucraniano que vestiu as camisolas de Sevilha e Schalke 04, a organização estabeleceu os primeiros contactos com o português no dia 25 de abril.
Referenciado pelos jogadores da equipa ucraniana, Juve causou uma impressão forte no co-fundador da kONO.ECF que, após essa ligação inicial, decidiu dar continuidade imediata à potencial contratação junto de Gustavo “neeve” Aroso, fundador da NEEVE.PRO Agency e agente do treinador.

Agora com residência em Portugal, o antigo futebolista Yevhen Konoplyanka é co-fundador da kONO.ECF
Com apresentações feitas e todas as partes presentes numa reunião onde se discutiu sobre o projeto, nível de investimento envolvido, a sua visão e planos estabelecidos, kONO.ECF e neeve começaram a alinhar expectativas básicas logo no dia 26 com concessões feitas dos dois lados.
“Sendo honesto, julguei que (o Juve) estaria fora do nosso alcance do ponto de vista financeiro”, referiu Konoplyanka sobre o processo que, numa abordagem inicial, viu ser apresentada ao português uma proposta onde iria auferir um ordenado inferior a menos de metade do que tinha na ITB.
Apesar dessa discrepância evidente face ao projeto anterior, o mesmo não impediu as negociações de avançarem – após uma semana de testes que teve início a 5 de maio com a equipa e feedback positivo dos dois lados, cláusulas de performance foram associadas para colmatar essa diferença salarial.
Numa proposta que partiu do agente de Juve e foi posteriormente ajustada com feedback da kONO.ECF, o seguinte modelo foi aprovado para recompensar o técnico por resultados obtidos pelo coletivo:
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*Todos os bónus têm como referência o ordenado base do treinador português
Ter uma proposta vantajosa para todas as partes que não colocasse em causa a sustentabilidade financeira da organização representou o maior desafio desta ronda negocial, acabando a vontade de Juve por também desempenhar um fator decisivo na hora de convencer o português.
Apesar de ter sido abordado por outros projetos, o técnico ex-ITB reforçou que “fazer parte da zona CIS é algo que sempre quis”, jogando também a seu favor o papel que lhe foi conferido na visão de Konoplyanka, bem como a estabilidade, segurança e garantias transmitidas.
À RTP Arena, o Top 8 do Major de Paris desvalorizou o potencial passo atrás na sua carreira de treinador face aos convites anteriores, sentindo que é este o seu caminho: “ajudar a crescer equipas, ter o projeto na mão, ter a confiança de todos os envolventes, é o que gosto de fazer”.
Com um princípio de acordo no que diz respeito à remuneração mensal e bónus de performance, as discussões entre as partes caminharam para o capítulo seguinte, cláusulas de rescisão e benching, um dos pontos que foi alvo de maior contemplação e negociação com avanços e recuos.

Ao centro com Matheos e ner0, neeve representou Juve nestas negociações com a kONO.ECF.
Inicialmente, foi incluída uma cláusula de rescisão não-flexível correspondente ao valor de vinte e cinco ordenados para um contrato de um ano, não estando prevista a possibilidade de ir para o banco – caso fosse assim decidido, o treinador deixaria o projeto com um mês de compensação.
Gustavo Aroso, agente de Juve, julgou a proposta curta para o seu cliente e apresentou uma contra-proposta no dia 23 de maio, pretendendo um contrato mais alargado, uma fórmula dinâmica e flexível para a cláusula de rescisão com base no tempo restante de contrato e, por fim, dois meses de compensação ou benching.
Com visões e pretensões opostas, o tema revelou-se como um dos mais divisórios na transferência de Juve para a kONO.ECF, algo que se refletiu claramente na versão final do contrato, apenas assinado pelo técnico português a 6 de junho, 42 dias após o contacto inicial de Yevhen Konoplyanka.
Assim sendo, no que diz respeito a uma potencial rescisão, a mesma ficou do lado da organização que, de forma unilateral, poderá terminar esta ligação com um mês de compensação, estando associada uma cláusula de rescisão de aproximadamente catorze ordenados ao contrato válido por dois anos.

Juve em dupla com NABOWOW na Desk da BLAST Lisboa. (Fotografia por: Jorge Botas)
Cada vez mais próximo de um acordo total com a kONO.ECF, Juve continuou a trabalhar com a equipa ucraniana que, neste momento, conta com o núcleo duro da antiga B8, estando reduzida a quatro jogadores desde a saída de Oleksandr “zogeN” Baranyshyn no dia 9 de junho.
Para Konoplyanka, o português não foi primeira escolha (prioridade passava por treinador ucraniano mas sem candidatos ideais disponíveis) mas rapidamente conquistou o ex-futebolista pelo seu profissionalismo e vontade de vencer demonstrada, partilhando o feedback recebido deste:
“Disse-nos que a equipa tem potencial e que é possível trabalhar com eles e alcançar objetivos (…) A cada dia que passa, estou cada vez mais convencido que fizemos a escolha certa com ele. Não o vemos apenas como treinador mas sim como parte integral na construção de uma organização de sucesso a longo termo.
É por isso que nem hesitamos quando chegou a hora de trabalharmos juntos – vemos valor real nesta colaboração, para os dois lados”, referiu o co-fundador da organização que decidiu mudar o seu modelo inicial, passando do capitão como figura de referência para o treinador.

cptkurtka023, amster e OWNER estiveram juntos na B8 e merecem a confiança de Juve. Fotografia por: VaKarM
Antes de assinar contrato, Juve teve revisões finais que, entre outros pontos, definiram os seus bónus de stickers de equipa numa eventual qualificação para o Major (5% da receita gerada) e prémios de torneio (10%), passando também a moeda de euros para dólares a pedido do próprio (valores convertidos à taxa de câmbio atual).
Já adaptado à sua nova realidade com relativa facilidade nas comunicações, o português revelou que a equipa manteve a sua linguagem e que, neste momento, a sua maior dificuldade passa apenas por perceber quem tem mas impacto na comunicação e certos feedbacks que lhe são transmitidos no freezetime.
Por agora, o #212 do VRS está a analisar todas as hipóteses para ocupar o lugar de vago na equipa, reconhecendo que escalar o ranking será um processo muito difícil mas já com uma abordagem planeada para a 2ª metade de 2025, procurando atacar o máximo possível de qualificadores abertos e LANs ranked.
Após esta contratação, a kONO.ECF conta agora com:
Arseniy “cptkurtka023” Derevinskiy
Kyrylo “s4ltovsk1yy” Lytvynov
Denys “amster” Liashenko
Mykhailo “OWNER” Lymar
Gustavo “Juve” Alexandre (Treinador)
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