A RTP Arena esteve presente em Paris no passado dia 31 de julho e teve a oportunidade de conhecer mais sobre este jogo com um dos seus responsáveis: Florian Le Bihan, Senior Game Designer na DICE para os Battlefield Studios.
A EA apresentou finalmente o seu Battlefield 6 ao mundo depois de uma longa pausa na série de jogos de batalha em grande escala. Depois de um pequeno teaser sobre o modo história, ficámos agora a conhecer um pouco mais sobre o multiplayer e a escala desta iteração do jogo que promete trazer o BF de volta à ribalta, depois do desaire do BF 2042, lançado em 2021.
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Para nos ajudar a compreender mais sobre este título e sobre a forma como a EA e a DICE montaram todos o projeto dos Battlefield Studios, estivemos a conversar com o ex-jogador de esports e agora Lead Designer no jogo, Florian Le Bihan.
“a escala do jogo, e ter todos os estúdios envolvidos, foi algo planeado desde o início“
De forma a entender como todo o processo de criação deste jogo foi feito e como a EA decidiu juntar a DICE aos estúdios Ripple Effect, Criterion Games e Motive Studio para criar os “Battlefield Studios”, um coletivo de 4 casas em dois continentes que dedicou os últimos anos à produção deste jogo, colocando muitas outras sagas em pausa, como foi o caso do Need For Speed.
Questionado sobre se a EA tomou esta decisão durante o desenvolvimento do jogo, ou se o plano sempre foi reunir uma equipa de elite para a sua produção, Florian garantiu que “a escala do jogo, e ter todos os estúdios envolvidos, foi algo planeado desde o início“, descartando a ideia recorrente de uma adaptação ao projeto a meio do desenvolvimento.
Lembrou que todos estes estúdios já estiveram envolvidos noutros projetos desta saga de FPS, e que fazia sentido juntar todos para o âmbito deste projeto “foi um investimento para este projeto que queríamos fazer, com muitos, muitos estúdios. Foi uma decisão prévia.“
Tantas equipas juntas criaram, contudo, alguns problemas que acabaram por se resolver com o tempo: “Foi muito desafiante no início, mas conseguimos encontrar um ritmo que funcionava bem, onde as várias áreas de liderança são claras“, seguindo para reconhecer o impacto do “o conhecimento e experiência do Byron [Beede] e do Vince Zampella“, dois veteranos do jogo e caras do desenvolvimento do BF6.
“O Battlefield é super importante para a EA, por isso…“
Sobre o facto da EA estar a colocar “muitos ovos na mesma cesta“, e nos riscos que isso acarreta, juntamente com a pressão acrescida para que o BF tenha sucesso comercial, Florian não elaborou muito. O Lead Designer da DICE revelou apenas que “O Battlefield é super importante para a EA, por isso…“, uma resposta em branco, mas que fala volumes para o quão importante é este projeto que levou a empresa a dedicar 4 estúdios durante vários anos a trabalhar quase exclusivamente nele.
Quando tentámos entrar mais profundamente no facto de que vários braços da EA têm fechado portas, como foi o caso da Cliffhanger Games, que levou ao cancelamento do jogo de Black Panther, o fim dos servidores da Need for Speed Rivals, redução da força laboral da Bioware, fim de vida do Anthem, e o aparente congelamento de toda a saga Need for Speed, e de que forma isso se relacionava com o “super-investimento” nesta saga, Florian garantiu apenas que essas “são escolhas da EA“.
“Neste momento estamos [DICE] super investidos no Battlefield, a EA está super investida no Battlefield e acreditamos que esta saga tem algo muito forte a seu favor que irá permitir lutar contra outros grande títulos, sabemos que os jogadores vão gostar. É um grande investimento, porque todos acreditamos mesmo nesta saga.“
Uma saga concorrente no género de FPS de guerra para o BF sempre foi o Call of Duty, que se dedica a um formato de lançamento anual fazendo uso de vários estúdios que tem a trabalhar em simultâneo, em vários títulos ao mesmo tempo, permitindo garantir essa periodicidade. Será que o Battlefield se pode tornar numa saga anual também?
“Vamos ter um atualizações live service neste jogo, e o jogo vai evoluir. Também deveremos ter mais lançamentos grandes no futuro, mas não posso ainda falar sobre o que vai acontecer. Ainda estamos um pouco longe disso, mesmo a este ponto, por isso, sim; vamos ter mais lançamentos, lançamentos grandes, e vamos construir muito em cima do Battlefield 6. É como se fosse um jogo fundacional para nós.“

Fotografia por: RTP Arena
No Battlefield 6, os grandes pontos de venda são o regresso da destruição generalizada dos palcos de jogo, o ambiente mais realista, mais ação e rapidez, um novo sistema de movimento, o Kinesthetic Combat System, e mais acessibilidade para novos jogadores.
Numa espécie de desafio, pedimos ao Florian para tentar condensar essa informação e explicar o o que significam essas “palavras grandes“: “A destruição está mesmo de volta e melhor do que antes e para além disso agora é possível usá-la de uma forma táctica e criativa. Acho que as pessoas vão mesmo adorar. Tirando isso, eu pessoalmente trabalhei com a equipa de core gameplay e tudo relacionado com isso. Aqui, o movimento, as armas e tudo foi trabalhado ao detalhe para termos a certeza que acertamos. sabemos o quão importante é ter bom combate e como tudo precisa de se conectar corretamente.”
Ao longo dos anos a saga Battlefield, outrora a grande rival do COD, tem perdido terreno no combate contra a saga anual da Activision, tanto no segmento dos esports, como na capacidade de agradar a audiências mais jovens dada a seriedade dos combates, mas Florian também parece estar convencido que isso vai mudar: “A parte mais importante é o core gameplay.“, “se conseguirmos entregar isso, vamos ter jogadores felizes e o potencial para surgirem experiências competitivas no futuro.“
“Os jogadores de FPS só se atraem por FPS que sejam mesmo bons, então queremos entregar isso.“
O BF sempre foi visto como um jogo difícil de entrar, mas Florian garante que este será “mais fácil de entrar, mais acessível, mas continuará a ter um tecto alto de habilidade”, querem entregar o típico “fácil de perceber, difícil de dominar“.
“Se gostam de larga escala, muita destruição, e um jogo de armas e movimento firme, joguem Battlefield 6.“
Quanto aos esports especificamente, a DICE ainda não tem nada para revelar, dado que “a prioridade neste momento é garantir que o jogo está bom.“

Fotografia por: RTP Arena
Lançar um jogo de guerra “atual” no espectro que vivemos neste momento com várias tensões geopolíticas no mundo e guerras que causam o sofrimento a milhares de pessoas diariamente, também surgiram algumas preocupações de como um jogo de guerra em larga escala pode ser afetado por isto e como as equipas vêm esta situação, mas Florian garante que “o Battlefield sempre foi uma ficção da guerra“
“Estamos tristes com o que se passa no mundo.“, “sempre tentámos desenhar um mundo com o qual as pessoas se possam relacionar e ao mesmo tempo divertir-se.“. “Ainda é possível pilotar um avião e saltar desse avião para disparar um rocket contra outro avião e voltar a entrar no nosso“, fazendo uma clara alusão ao mítico RendeZook que foi realizado no BF 1942 e repetido por vários jogadores ao longo dos anos em várias iterações da saga.
“só estamos a tentar fazer um jogo divertido“
Para terminar o encontro com o Florian, durante o teste do jogo notámos que não havia uma opção para customização visual das armas, na forma de skins, apesar do menu de alterações do jogo ser completo e permitir editar as armas ao nosso estilo próprio de jogo, mas felizmente à pergunta “Vão existir skins para as armas no Battlefield 6?” a resposta foi um redondo “sim, sim, claro que sim“.
O Battlefield 6 será lançado no dia 10 de outubro de 2025 para todas as consolas de atual geração e para PC. Em breve estarão disponíveis dois Open Betas para todos os jogadores (9 a 10 e 14 a 17 de agosto), bem como um fim de semana de acesso antecipado para compradores antecipados (7 e 8 de agosto). Para saberes mais podes consultar o site oficial do jogo.
Nos próximos dias também lançaremos a nossa pré-análise deste novo título de ação.
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