Na passada semana, a Blizzard anunciou que o The Year of the Kraken está a chegar ao fim e que vem aí o The Year of the Mammoth. Com isto, anunciaram os nerfs ao Small-Time Buccaneer e Spirit Claws, a rotação de algumas cartas do Classic Set para Wild, como Azure Drake ou Conceal, entre muitas outras coisas. Contudo, há quem diga que, até chegar a rotação das expansões (Blackrock Mountain, The Grand Tournament e League of Explorers), Shaman continuará a ser a melhor classe, graças à forte mecânica dos Jade Golems.
O meu nome é Nuno “Rapture” Ribeiro, jogador e streamer da For The Win eSports, e hoje venho dar-vos uma especulação do impacto destas alterações no jogo e explicar o porquê da mecânica de Jade ter sido, talvez, o maior que erro que a Blizzard cometeu.
Começando pelos nerfs: a Blizzard ainda não conseguiu descobrir como fazer um nerf a uma carta sem fazer com que esta não se torne unplayable. Fizeram-no com cartas como o Starving Buzzard ou o Warsong Commander e voltaram a fazê-lo com o Small-Time Buccaneer e Spirit Claws. Ao mudarem o Small-Time Buccaneer para uma 1/1, retiraram toda a jogabilidade da carta, passando esta agora a ser vulnerável a Hero Powers ou instancias de um de dano. Um nerf mais elegante e que não tiraria a jogabilidade da carta seria torna-la numa 0/2, por exemplo. Já a Spirit Claws, mesmo não sofrendo um nerf tão radical, não justifica os 2 de mana de investimento, quando existe Jade Claws, Maelstrom Portal ou o próprio Hero Power de Shaman.
Contudo, a opinião geral é que Shaman continuará a ser a classe mais forte do jogo. Recentemente, Midrange Jade Shaman tornou-se também num dos melhores decks do jogo, por ter matchups favoráveis contra Aggro e, graças à mecânica de Jade, consegue o long game contra Control Decks como Reno Mage. A maior parte das listas utiliza o pacote dos piratas para ter uma componente agressiva no early game em detrimento da componente Overload com Tunnel Trogg e Totem Golem. Com o nerf ao Small-Time Buccaneer, é possível que o pacote dos piratas seja substituído por estes até à rotação de expansões. Eventualmente, a perda do Azure Drake pode ser demasiado penalizadora, pois a escassez de cycle é o maior ponto fraco de Midrange Jade Shaman que, assim, apenas tem Mana Tide Totem para comprar mais cartas e continuar o ciclo de Jade Golems.
E por que é que continua a ser possível que Shaman seja a classe mais forte mesmo sem a agressividade dos piratas? Porque Shaman tem cartas de Jade extremamente versáteis. Apesar de não ser nenhum Fiery War Axe, Jade Claws é uma das melhores cartas de early game do jogo: uma arma que lida com grande parte dos minions presentes no early game e que ainda gera tempo pelo Jade Golem que cria é mesmo muito forte, mesmo com Overload de 1. Jade Lightning é, também, a verdadeira definição de tempo swing em forma de carta. Lembram-se da infame spell de Warlock, Imp-Losion? Lightning é igualmente frustrante, especialmente no late game quando gera Jade Golems gigantes. Jade Chieftain chega a trazer Jade Golems de 5/5 para cima, o que é bastante value, mesmo por 7 de mana.
Posto isto, a mecânica de Jade Golems foi, talvez, o maior erro que a Blizzard cometeu, a nível de card design. Por Jade existir, na próxima expansão, terão de sair novas cartas para Aggro (esperemos que não sejam tão fortes como o Small-Time Buccaneer) pois é o estilo agressivo que impede que decks dedicados a Jade como Druid (que tem a carta mais broken do jogo no Jade Idol) dominem o meta. Também, enquanto Jade existir, decks de controlo como Renos ou Control Warrior nunca irão ser predominantes na ladder pelo facto desse matchup ser quase tão unwinnable como Freeze Mage contra Control Warrior. Pela forma como a mecânica foi desenhada, a Blizzard limitou-se a ela própria no card design de novas expansões por uma questão de power creep, quando foi precisamente pela questão do power creep que foi criada a distinção entre Standard e Wild.
Por esta semana é tudo! Espero que tenham gostado da leitura e não hesitem em comentar com as vossas opiniões e/ou sugestões para conteúdos futuros. Até à próxima!
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