Os esports estão como o tempo em Portugal, ora hoje está bom tempo como ontem choveu… e há com cada trovoada, que nem é bom.
Esta semana foi das semanas que mais dificuldades tive para trazer um tema. Não, não é por falta deles, é mesmo por serem demais e não querer ter um “artigo, crónica, rubrica”, chamem-lhe o que quiserem, extenso demais.
caravana
Nas últimas semanas as guerras de tweets têm sido constantes, desculpem… “as trocas de opinião têm sido constantes”. Mais uma vez não quero sensibilizar ninguém. Quando eu leio coisas como: “continua-se a chorar sobre o leite derramado”, mas não se consegue ter o mínimo de discernimento de que o raio do leite continua a ser derramado, é algo mau. Aliás, muito mau!
Dentro de toda uma panóplia de doutorados em esports – sim porque somos o país com mais doutorados em esports – doutorados do teclado claro, porque trabalho real e concretizado é como o oásis no deserto… meras miragens. O que me leva a questionar algo como: “O que fizeste tu alguma vez para poderes pôr em causa algo?” ou até “em X anos que dizem estar e fazer e acontecer, afinal o que fizeram mesmo?” Em regra a resposta é silêncio ou então meros regurgitares de “não” feitos, mas que se “auto-proclamam”. Temos demasiadas capelas sistinas em Portugal e muito fumo branco na aldeia.
A mentalidade continua a ser de aldeia, a postura de aldeia, os olhares fixados no umbigo e muitos apenas “chafurdam” no charco. Sim, charco e não lago, e já digo charco para não dizer mesmo uma poça. E questiono-me, que temos ganho com isso? Em boa verdade… nada!
Algo muito recorrente em Portugal é “olha olha aquele vai fazer X” e a reação de alguns doutores é: ou “vamos copiar” ou “deixa cá ver onde vão errar e tentar minar e destruir até ao máximo”. O que mais lamento, seja em termos de clubes que já existiram, seja em promotores de eventos, foi muito boa gente e com capacidades profissionais excecionais, acabaram por abandonar este mercado. Porquê? Simples: cansaram-se de uma comunidade ingrata, de clubes amorfos e de “doutores” acéfalos, pois que, são pessoas que têm alternativas melhores sem se terem de sujeitar a este charco. Em boa verdade e novamente o que ganharam os esports com isso? Nada!
Os esports não necessitam de keyboard warriors, necessitam sim, de homens e mulheres determinados a terem uma posição séria, que, com dignidade, seja nos grandes triunfos, seja em erros cometidos, tenham sempre a capacidade de manter a humildade, por um lado para recolher os créditos ou por outro reconhecer os erros e fazerem por mais e melhor. Criticar e apontar o dedo é fácil, fazer, acontecer e reconhecer é que é difícil. Neste meio foram poucos os que eu vi quando erraram, pediram desculpa. Foram poucos até, quando mandam “comentários” ao lado, o reconhecerem, mas que… “ahhhhhhhhhhhhhhh”… não vem “o pedido” de desculpa, mas sim as desculpas ou justificações que não passam de areia para os olhos, pois que, tal é o tamanho de seus egos, que não permite ter o mais importante… Humildade. Isso é simplesmente falta de educação, falta de profissionalismo e falta de princípios. Ah desculpem, é mais fácil dizer que o erro é dos outros, tinha-me esquecido do maior “mote” tuga.
Façam mais e falem menos, pois que a continuarem a minar o mercado desta forma – bom, tem sido o que tem sido – mas que apenas posso dizer a seguinte frase que é: “estão há tantos anos nos esports que deveriam ter vergonha na cara de o dizerem, pois que, em tantos anos, fizeram tão pouco ou mesmo nada”.
Fica aqui ainda o meu obrigado àqueles que pelo menos tentaram fazer o melhor, mas que sempre foram puxados para o charco. Pelo menos fizeram alguma coisa.
Até para a semana.
 
ramiro teodósio teodosius
Ramiro Teodósio é o CEO e fundador da For The Win eSports Club
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