Imagem por: EA Sports

Já disponível, o EA Sports FC 24 marca uma nova era para a produtora no mundo dos simuladores de futebol virtual e a RTP Arena teve a oportunidade de o experimentar.

Nos últimos dias, estivemos focados na jogabilidade do jogo e, como não podia deixar de ser, no modo Ultimate Team que continua a ser, ano após ano, o principal destaque e aposta da empresa para o competitivo e para os seus fãs.

Num ano marcado pelo divórcio à FIFA – uma parceria que durou mais de três décadas – havia muita curiosidade para saber como a EA iria abordar a sua primeira entrada a solo, sem o aliciante e apoio que este nome gigante confere.

Se muito podia mudar de um título para o outro no início desta “nova era”, a verdade é que, no cômputo geral, a produtora canadense não arriscou e jogou cartas seguras, mantendo a aposta numa tática e fórmula que bem conhece.

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Sem muito risco envolvido, a EA Sports mantém o rumo de anos anteriores. Terá compensado?


JOGABILIDADE

É, a par do conteúdo, o ponto fulcral que segura o interesse dos jogadores para um ano de futebol virtual e, no que diz respeito a este tema, não se pode dizer que a EA Sports tenha mudado muito, o que não é necessariamente mau.

Pelo terceiro ano consecutivo e numa aposta forte que certamente será para continuar nas próximas edições, a tecnologia HyperMotion é a chave da Electronic Arts para o que se passa dentro das quatro linhas, sendo apenas aprimorada.

Não estando isenta de defeitos, a verdade é que a jogabilidade do FIFA 23 foi, entre os títulos mais recentes, das que mais longevidade teve no sentido de utilizadores ativos no “final de ciclo”, replicando esse sentimento para o EA Sports FC 24.

“Se não está partido, não precisa de ser arranjado” – este é o ditado que melhor se aplica ao que é atualmente a jogabilidade da franquia, trazendo apenas algumas novidades para cima da mesa neste arranque com a introdução dos PlayStyles.

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Com um Rapid PlayStyle+, o italiano Chiesa ganhou um lugar definitivo no meu XI.

Com 34 estilos diferentes que afetam a jogabilidade de todos os jogadores de campo, podemos garantir que esta feature faz a diferença no jogo e ajuda a trazer frescura ao mesmo, sendo um ponto que será tido em conta na formação dos plantéis.

Rapid, Quick Step e Relentless são alguns dos PlayStyles ou PlayStyles+ (versão com maior impacto) que muitos quererão ter nos seus extremos, sendo necessário dar mérito à EA Sports pela forma como conseguiu implementar esta novidade.

Sem quebrar com a sua ideia e equilíbrio do jogo, a empresa trouxe uma adição que é, no mínimo, engraçada e que dá mais incentivo à utilização de outros jogadores e profundidade na criação de equipas, no fundo, a formação da “Ultimate Team”.

Resumindo, a base do EA Sports FC 24 é exatamente a mesma do FIFA 23 e o sentimento a jogar também – esperem um ritmo de jogo lento com uma defesa de dificuldade acrescida (este capítulo está mais manual), privilegiando-se o futebol de ataque.


ULTIMATE TEAM

Se não se pode dizer que a jogabilidade tenha sofrido muitas alterações (para além dos PlayStyles que se apresentam como maior novidade), o mesmo não se aplica ao modo mais popular da franquia que não teve medo de arriscar noutras fórmulas.

Sem saber como a sua fanbase iria reagir à mistura de dois mundos distintos no “Universal Game”, a Electronic Arts assumiu o seu maior risco no lançamento do futebol feminino, permitindo a formação de equipas mistas para se utilizar no Ultimate Team.

A adição de jogadoras ao modo é, sem dúvida alguma, o ponto menos consensual e que mais divide a comunidade mas, ao mesmo tempo, não acredito que tenha tanto impacto na experiência do utilizador – no final de contas, estamos a falar apenas de uma simulação.

Alexia Putellas e Sam Kerr já figuram nas promos do Ultimate Team.

Citando Fernando Pessoa, “Primeiro Estranha-se, Depois Entranha-se” – o futebol feminino oferece alternativas na formação de equipas e, dentro das quatro linhas, não faltam talentos que não ficam nada atrás de outras estrelas mundiais e que terão tempo de jogo.

Mesmo entre os profissionais, muitos olham já para cartas como a de Alexia Putellas como uma opção muito apetecível para o seu meio-campo; não faltam nomes viáveis que irão acrescentar muita qualidade às equipas, nos mais variados tiers de competição e orçamento.

Se não for por mais nada, esta diversidade também nos proporciona momentos engraçados – nada como ver a Sam Kerr, após um golo no último minuto de jogo, levar o gigante Haaland às cavalitas, fazendo lembrar o momento de Jorge Andrade com Messi em 2014.

Olhando a outros planos, a estrutura geral da maioria dos modos de jogo (Draft, Rivals, FUT Champions, Squad Battles, Moments) permaneceu inalterada com alguns ajustes efetuados a nível das recompensas, focando os seus esforços noutros dois pontos: Seasons e Evolutions.

O primeiro mencionado oferece agora recompensas de época bem mais interessantes e incentiva os jogadores a fazerem o progressos a todos os níveis, já o segundo é uma estreia em absoluto e que já vai fazendo a delícia dos fãs, tendo muito potencial para a temporada.

Danjuma é uma das opções mais populares para a Founders Evolution.

Já era um pedido de muitos utilizadores e chegou finalmente com o EA Sports FC 24 – a possibilidade de evoluir jogadores é bem-vinda e das que mais me está a agradar neste início de jogo – colocar os nossos favoritos no XI com um boost de pontuação nunca foi tão fácil.

Os objetivos são acessíveis, dão melhorias significativas às cartas que são colocadas no Evolutions e, se uma pessoa não se seguir meramente pela META ou as melhores opções para cada evolução, conferem uma identidade única à nossa equipa com cartas que poucos têm.

No geral, e com o estatuto de líder neste mercado, não era preciso muito para manter os jogadores agarrados ao seu jogo mas a EA não ficou por aqui; a empresa apostou em algumas atualizações QOL que, como a própria sigla indica, vieram melhorar a nossa vida no modo.

A redução das metades do Squad Battles para quatro minutos é uma dádiva e, apesar de ainda estarem com alguns problemas e requererem habituação após anos dedicados ao antigo, acredito que os novos menus são uma mudança para melhor quando ficarem isentos de bugs.


VISÃO GERAL

Com os nossos pensamentos sobre a jogabilidade e o Ultimate Team já partilhados, sinto que é importante destacar aquele que, apesar de não ser propriamente o mais importante, ajuda bastante na hora de manter a nossa imersão no jogo – o ambiente de estádio e visuais.

Tal como colocado no título desta review, o EA Sports FC 24 inicia este novo capítulo da saga com “brio visual” e essa descrição não podia ser empregue de melhor forma, afinal de contas, não foram poupados esforços na hora de polir e embelezar o mesmo para este ano.

Desde as novas animações de jogo às cutscenes de matchday, intervalo e final de jogo, nota-se que a Electronic Arts trabalhou bastante para trazer uma experiência nova e assegurar que, neste título, o desporto-rei é vivido dentro e fora das quatro linhas do seu relvado virtual.

Obviamente, é fácil esquecer muitas destas adições no calor do jogo quanto estamos mais concentrados e a necessitar de defender um resultado ou ir atrás da reviravolta, no entanto, julgo que não deve ser descurado o trabalho que foi feito para trazer estes visuais ao EASFC24.

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Os visuais do EA Sports FC 24 estão simplesmente incríveis.

Apesar de ter desligado as estatísticas e infográficos de realidade aumentada para o Ultimate Team, os mesmos serão certamente apreciados nos modos mais casuais como o H2H com amigos e o modo Carreira, replicando uma autêntica transmissão moderna de futebol.

Em suma, o EA Sports FC 24 não veio reinventar a roda do futebol virtual nem precisava de o fazer para manter a sua posição de #1 – apesar de já ser cliché, a melhor forma de o classificar é mesmo como uma continuação do FIFA 23 com ligeiras melhorias ao jogo.

Ainda assim, a experiência geral é boa e as sensações do mesmo em campo também o são. O EA Sports FC 24 é um jogo bonito, com algumas novidades interessantes que, para quem já gostava do título anterior, não terá dúvidas na hora de adquirir a edição deste ano.

Se um utilizador não gostava da jogabilidade do FIFA 23, infelizmente não é este que irá trazer uma revolução neste aspeto e mudar a sua opinião sobre o simulador futebolístico – mesmo motor, mesmas características gerais com pequenos detalhes a acrescentar.

Já disponível para reserva nas edições Standard e Ultimate em todas as plataformas, o novo título da EA Sports sai globalmente no dia 29 de setembro e ainda pode ser adquirido nas seguintes hiperligações para a PlayStationXbox e Steam.

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