Decorreu este fim de semana o Dota Asian Championship 2017. Repescado do estrondoso sucesso de 2015, após um hiato em 2016, o DAC pretendia recuperar a imagem dos eventos na China depois dos problemas com o Major de Shangai, no ano passado. Quando lançado, em 2015, o DAC tornou-se o torneio privado com maior premiação de sempre – mais de 3 milhões de dólares, ultrapassando toda a concorrência, quer em torneios privados, quer em torneios promovidos pelos grandes donos de jogos considerados eSports. 2017 trouxe um DAC diferente, com uma ambição com um enquadramento diferente também.
Com a proximidade do Major de Kiev, era sabido que parte das equipas não veriam da mesma forma o DAC. Por outro lado, com o Battle Pass da Valve a ser promovido dentro do jogo como Compendium para o Major de Kiev, havia também menos espaço para aumentar o bolo da premiação com a venda de bilhetes e skins. Assim, os números de 2015, com mais de 2.8 Milhões de dólares angariados por crowdfunding, seriam uma meta inatingível em 2017. Mas, como dissemos, não era esse o único objectivo. Concluído hoje, terça-feira, certo é que o número de espectadores quase duplicou dos 51 milhões que assistiram ao Shangai Major. Foram mais de 91 milhões de pessoas a assistir a este evento com alguns serviços de stream chineses a com perto de 1 milhão de espectadores em simultâneo, a coroar um evento bem organizado e muito bem disputado, a lançar o mote para o Kiev Major, que promete um prato cheio a encerrar Abril, num país onde o Dota 2 é rei e senhor, muito graças a nomes como Danil “Dendi“ Ishutin.
Quanto a este DAC 2017, ficam então perto de 600 mil dólares para distribuir, com a fatia de leão a ser abocanhada pelos chineses Invictus Gaming eles que, jogando em casa, capitalizaram o apoio do público e a contratação de Xu “BurNIng“ Zhilei para cilindrarem os favoritos OG, desforrando-se da final da Winner’s Bracket que os OG haviam vencido no dia anterior e vencendo por 3-0. Versáteis, agressivos, competentes e organizados, os IG utilizaram 54 heróis diferentes, na sua caminhada para o título, ao longo de 31 jogos. Uma preparação satisfatória para uma equipa que marcará presença em Kiev onde voltará a encontrar os OG, num pote de 16 equipas onde figura uma equipa brasileira também.
Um dos momentos altos do evento terá sido o jogo All-Stars que se afastou um pouco do habitualmente organizado pela Valve, propondo antes um China vs Resto do Mundo num divertido Reverse Captain’s Mode, com o capitão de cada equipa a escolher os heróis que a equipa adversária iria utilizar.
Quanto à final, um Best of Five com uns IG verdadeiramente avassaladores, a quebrar a resistência dos OG ao longo de mais de 60 minutos no primeiro jogo, embalando para vitórias bem mais rápidas nos dois jogos subsequentes, a vincar a justiça desta vitória. Venha Kiev!
Crónica do Rubber Chicken pela mão do Ricardo Mota
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