Muitos jogadores competem, todos os dias, em torneios. Entender como funciona um torneio Double Elimination ou o sistema de Ban de classes é fácil, mas há muito para compreender quando se trata de conseguir, derradeiramente, ganhar um torneio.
Na grande maioria das vezes, o problema está na criação da lineup de Decks que um jogador decide usar. O meu nome é Nuno “Rapture” Ribeiro, jogador e streamer da For The Win eSports, e hoje venho explicar-vos como construir uma lineup para torneios disputados em formato Conquest.
Existem duas formas de abordar um torneio Conquest quando se trata de decidir que Decks usar.
A primeira passa por simplesmente usar aqueles que são os Decks mais fortes do jogo: uma vez que é necessário ganhar apenas uma vez com cada Deck, um jogador que tenha esta abordagem provavelmente irá conseguir uma vitória com cada um, por simplesmente serem os melhores Decks face ao resto, tratando-se apenas de uma questão de fazer uma pick order correcta quando escolhe que Deck usar no jogo seguinte. Esta é a abordagem mais comum que vemos em torneios Conquest e provavelmente a mais segura quando se trata de um jogador com um nível reduzido ou médio de experiência em torneios.
Contudo, aqueles jogadores que já têm mais experiência a competir optam por construir lineups mais elaboradas, tentando encontrar um consenso na relação entre os Decks no que ao alvo destes diz respeito. Isto é, se um jogador está a par do metagame e sabe quais são os Decks mais jogados, pode construir uma lineup que se dedique em não deixar passar um Deck em particular.
Dou como exemplo a lineup que usei para me qualificar para o Iberanime do Porto e que acabei por usar também no torneio final, que acabei por ganhar:
A lineup tinha essencialmente dois alvos: Druid e Warrior, sendo que a Ban predefinida era Shaman. Quando se começa a desenhar uma lineup deste género, as duas primeiras coisas que temos de definir imediatamente são “qual é o alvo” e “que classe quero banir”. Após isto sim, começamos a ponderar os Decks. Decidi que a Ban seria Shaman porque simplesmente não queria ter de enfrentar a classe que é, de momento, a mais forte do jogo.
Decidir os alvos foi algo mais complicado. Não queria deixar Druid como o único alvo porque Druid consegue ter aquelas mãos com Wild Growth e Innervate que simplesmente ganham o jogo sozinhas. Achei que Warrior fosse uma das classes mais jogadas também (o que se verificou mais no Qualifier do que no evento final em si) e optei por escolher 4 Decks que abrangessem essas duas classes. A minha escolha de Warrior na minha própria lineup pode parecer estranha por parecer que queria arriscar o 50/50 do mirror match mas quis acreditar que a minha experiência me faria ganhar esse jogo, que tradicionalmente é ganho pelo melhor jogador.
Depois de decidir os alvos passamos ao processo do Deck Building. Ainda tendo como exemplo da minha lineup, começando pelo Rogue, optei por usar 2 Swashburglars pela sua sinergia com os Questing Adventurers (fortíssimos contra Druid e Warrior) e por me permitirem jogar o “long game” ao dar-me mais opções contra duas classes que, tradicionalmente, levam o seu tempo. De seguida, olhando para o Shaman, decidi incluir Harrison Jones, óbvia carta contra Warrior (e até Hunter, cujos números crescem de dia para dia), e Fire Elementals por serem mais duas ameaças para o “late game”. No que ao Hunter diz respeito, os 2 Deadly Shot são fortíssimos contra Druid ao mandar abaixo Arcane Giant e Ancient of War. Tundra Rhino foi escolhido pela sua versatilidade contra Aggro e sinergia com Call of the Wild.
Tenham em atenção que uma abordagem não é necessariamente melhor que a outra, visto que ambas têm prós e contras. A grande desvantagem de uma lineup com um alvo é, se nos defrontarmos com um jogador que não tem essa classe alvo na sua lineup, o plano pode ir “por água abaixo”. É uma abordagem arriscada e, muitas vezes, mesmo os jogadores com mais experiência optam por seguir a primeira por não se quererem sujeitar a esse género de situações.
Por esta semana é tudo! Espero que tenham gostado e que a minha experiência recente vos tenha ajudado a perceber o processo de construção de uma lineup para um torneio Conquest.
Para a semana cá estarei, mais uma vez, com mais conteúdo sobre Hearthstone. Até lá!
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