“Aggro não requer skill, é só ir à cara!” – A eterna discussão
“Não tens de pensar com Aggro”, “Control é muito mais difícil de jogar”. Estes são alguns dos muitos comentários que todos lemos no dia-a-dia do Hearthstone. A percepção que jogar com decks agressivos é fácil e não requer pensamento é um dos erros mais comuns que a maioria dos jogadores de Hearthstone comete, mesmo aqueles com alguma experiência no jogo.
O meu nome é Nuno “Rapture” Ribeiro, jogador e streamer da For The Win eSports, e hoje volto aqui ao RTP Arena para vos mostrar como isto não é de todo verdade.
Em todos os diversos jogos de cartas existentes, existem diferentes tipos de decks. No Hearthstone, estes podem ser distinguidos em 5 categorias diferentes: Aggro, Control, Tempo, Combo e Midrange. Com a mais recente expansão, Mean Streets of Gadgetzan, vimos um grande ressurgimento das estratégias agressivas, mais conhecidas como Aggro, graças ao lançamento do Patches the Pirate, juntamente com o Small-Time Buccaneer. Nos primeiros dias deste novo metagame, era quase certo que o próximo adversário na ladder estava a jogar Aggro. Estes jogos, geralmente, terminam pelo turno 5 ou 6, o que leva a alguma frustração, especialmente se não estivermos também a jogar de Aggro, e isto leva àqueles comentários que referi no início deste artigo.
Contudo, esta ideia que jogar de Aggro é fácil e não tem nada que saber é completamente errada. Apesar da árvore de decisões deste tipo de decks ser claramente mais pequena do que a de, por exemplo, Control, um simples erro é muito mais penalizador com Aggro do que com Control. Os primeiros dois turnos do deck Aggro são provavelmente os mais importantes, pois é nestes que o jogador tem de planear como vai gastar os seus recursos (que não tem tendem a ser muitos, visto que as mecânicas de card draw não tendem a estar presentes nestes decks) e fazer uma estimativa do dano que consegue dar nos próximos turnos para que consiga fechar o jogo o mais rapidamente possível. Quanto mais longo o jogo se torna, cada vez mais impossível se tornará ao Aggro conseguir ganhar.
Outro erro que o jogador de Aggro menos experiente tipicamente comete é achar que todos os seus recursos têm de ser usados na cara do adversário, ignorando os seus minions. Obviamente que depende da sua mão, mas os primeiros turnos devem ser passados a tentar controlar a mesa, fazendo o máximo de trocas eficientes, de forma a maximizar o dano dado pelos minions, pois são estes que vão gerar o tempo e efeito bola de neve necessários para obter vantagem. A chave está em reconhecer quando é altura de deixar de trocar e, aí sim, usar tudo na cara do adversário.
Isto traz-nos agora à eterna discussão: o que é que requer mais skill? Aggro, Control, Tempo, Combo ou Midrange? Creio que podemos chegar a um consenso e concordar que Combo decks são claramente aqueles que mais skill requerem – não é por acaso que Freeze Mage e Miracle Rogue são considerados dois dos decks mais difíceis de aprender a jogar com. E o que é que requer menos skill então? Será mesmo Aggro? Não. Aquilo de que falei em cima são algumas das provas de que jogar de Aggro não é fácil, sendo que esse lugar está reservado aos decks Midrange, caracterizados por jogarem sempre em curva e terem uma árvore de decisões mais pequena ainda do que Aggro. Então e Control, sempre será mais difícil de jogar do que Aggro? É um facto que a árvore de decisões deste tipo de deck é certamente muito maior, mas as decisões a tomar são, na grande maioria, bastante simples, sendo que o mais complicado é apenas saber quando segurar AoEs ou que removal usar em determinada altura. Posto isto, arrisco dizer que Aggro e mesmo Tempo é mais difícil de jogar do que Control.
Por hoje é tudo! Espero que tenham gostado da leitura e que, a partir de agora, dêem algum valor à arte que é saber jogar Aggro!
Desejo-vos um Feliz Natal e Boas Festas! Até à próxima!
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