A Ubisoft continua a passar por uma fase complicada e agora os seus trabalhadores de Paris podem entrar em greve.

O ano de 2023 continua a ser uma dor de cabeça para a Ubisoft que se viu recentemente obrigada a adiar (pela sexta vez) o Skull & Bones e cancelar quatro projetos não anunciados. Com as vendas dos seus novos jogos muito abaixo das expectativas e as suas ações em queda livre desde meados de 2022, a empresa está a atravessar uma das suas piores fases desde a sua criação em 1986.

Numa forma pouco convencional, o CEO da empresa, Yves Guillemot, pediu ajuda aos seus funcionários em comentários à má situação da empresa, colocando a responsabilidade de salvar a Ubisoft do lado dos trabalhadores. Mais tarde enviou um email a toda a empresa onde pede “energia e dedicação” e deixa avisos quanto a gastos ou iniciativas dentro da mesma.

Os comentários não caíram bem com os funcionários da empresa e a divisão francesa reagiu em força. A equipa que faz parte de um sindicato de trabalhadores de tecnologia, Solidaires Informatique, devolve para o CEO acusações de pressão e incitação a trabalho extraordinário.

O grupo indica ainda que as declarações de Yves deixam em aberto a possibilidade de despedimentos, fechos de estúdios e cortes salariais, para além de tentar colocar o ónus dos problemas da empresa nos trabalhadores, livrando a direção de culpa.

Em resposta, este sindicato de trabalhadores da Ubisoft Paris lançou uma lista de exigências:

  • Aumento imediato de 10% em todos os salários, independentemente dos aumentos anuais para compensar pela inflação;
  • Melhoria das condições de trabalho em particular a implementação de uma semana de 4 dias;
  • Transparência na evolução do grupo de trabalhadores tanto localmente e globalmente;
  • Compromisso contra as políticas de abuso da direção que possam levar os funcionários a demitir-se.

A greve de funcionários da divisão francesa da empresa está marcada para o dia 27 de janeiro. Apesar do mau momento aparente da companhia, o sindicato lembra que em setembro a Tencent fez um acordo multimilionário com a empresa que viu entrar cerca de 300 milhões de euros nos seus cofres.

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