A RTP Arena Picks é a rúbrica da RTP Arena onde vamos dar a conhecer as nossas escolhas no mundo dos videojogos e dos esports.

Conta com uma coletânea de grandes títulos onde ficarás a conhecer um pouco mais daquilo que nos liga à indústria dos videojogos. Esta não é uma lista dos melhores de cada género mas sim daqueles que nos fazem parar quando ouvimos o seu nome.

Não haverão só listas de géneros de videojogos como também outras mais especiais que podem apimentar as coisas como melhores jogadas de esports ou momentos mais memoráveis. Tudo está em aberto na RTP Arena Picks e a única coisa que une as nossas escolhas é o amor por esta indústria.

Hoje é dia de revelar as nossas escolhas para os Melhores Momentos de esports. Tudo conta neste tópico, desde os eventos que mais nos marcaram às jogadas mais impressionantes. Entre jogadas, eventos e cerimónias consegues adivinhar o que aí vem?

Vê todas as nossas escolhas abaixo:


Fotografia: Riot Games

Commander Bonny – Abertura da final do League of Legends World Championship 2017

Entre os mais variados momentos da indústria e já a trabalhar na mesma desde 2013 pouca coisa me podia impressionar. Contudo há um momento em 2017 que ficará para sempre na minha memória: a cerimónia de abertura das finais do campeonato do mundo de 2017 de League of Legends em Beijing, na China.

Este mundial esteve recheado de momentos memoráveis desde a recuperação rídicula da SKT no seu segundo jogo da fase de grupos contra a EDG até à vitória da SSG na grande final por um inacredítavel 3-0 que impediu o tricampeonato da SKT em Worlds. Contudo o grande momento chegou antes da final da competição.

Já se esperava que algo em grande fosse acontecer no Beijing National Stadium dado que a Riot Games já tinha experimentado alguns momentos nas edições anteriores como o concerto dos Imagine Dragons ou a atuação do Zedd. Nada fazia os fãs esperarem contudo aquilo que sucedeu.

Desde o vídeo inicial que nos lembra que em todo o mundo o League of Legends é mais do que um jogo mas funciona também como uma ligação ao exterior para muita gente, uma forma de conexão com pessoas novas que partilham o mesmo gosto que nós e um escape muitas vezes de realidades menos positivas, até à atuação.

Num palco equipado a rigor com dezenas de dançarinos começa por entrar Jay Chou, o artista Taiwanense que começou a aquecer o público já ansioso para perceber o que vinha. Eis que no fim da sua atuação se entoam as palavras “Legends Never Die”, o título do tema desse ano dos Worlds, celebrado pela banda Against The Current e o público ficou em estado de euforia, tudo se estava a desenhar para um climax incrível.

A performance foi seguindo e nem os atropelos vocais da vocalista Chrissy estragaram o espetáculo de luzes, imagens, fumo e dança.

Ao chegar ao fim da atuação chega o grande momento que nunca me há de saír da cabeça como um porta estandarte de como os esports e a tecnologia podem mudar a forma como vemos o desporto ligado ao entertenimento. A música pára, o híato sobressai e um Elder Dragon aparece em realidade aumentada no topo do estádio. Procede a sobrevoar a plateia e aterra mesmo no centro do palco enquanto uma réplica do troféu se ergue atrás de si.

Após o último rugido do dragão a banda regressa após um novo grito da Chrissy “LEGENDS NEVER DIE” ao fazer uma pose que parecia que iria rebentar com as suas costas mas que se encaixava tão bem no momento enquanto o meu coração me subia à boca e as equipas SSG e SKT começavam a entrar em palco para extase do público. Esta música e esta cerimónia irão sempre levantar os maiores arrepios na minha humilde existência e para sempre lembrarem-me da importância do League of Legends no passo seguinte do esports.

Fiquem com o momento mais arrepiante da história dos esports:


Fotografia: HLTV

ghazz – Comeback de Cloud9 contra FaZe na grande final do ELEAGUE Major em 2018

Um dos momentos que mais me marcou em todo o meu percurso de esports. Pode não ser o mais impressionante, mas é sem dúvida um que será para sempre referido como um dos mais memoráveis.

FaZe eram os favoritos, Cloud9 chegou à grande final da competição depois de estar a apenas um jogo de ser eliminado na fase de grupos. Contra tudo e contra todos, conseguiram três vitórias seguidas, ultrapassaram os jogos dos playoffs e chegaram à grande final.

A equipa de NiKo venceu o primeiro mapa, a de Stewie2k venceu o segundo, deixando tudo para Inferno. Apesar de uma primeira metade equilibrada, FaZe acabou por se adiantar, apenas para Cloud9 recuperar e levar não a um, mas a dois overtimes!

Quem não se lembra da defesa isolada de Stewie2k no B sozinho contra uma FaZe que deixou o tempo correr demasiado antes de atacar? As defesas improváveis no A?

22-19 e Cloud9 fechou aquela que foi a caminhada mais memorável de uma equipa norte-americana num Major de CS:GO, conseguindo a única vitória na história do jogo para a região. Foi um jogo que assisti do início ao fim, e um que não me consegui sentar durante toda a segunda metade de Inferno.

One for the ages.


Dani – S1mple ou noé? IEM Katowice 2019

Se o Mundo acabasse hoje, Aleksandr “s1mple” Kostyliev seria o melhor jogador que o universo do Counter Strike alguma vez viu.

No entanto a jogada que escolhi, ainda que espetacular, não é um momento de glória. Porque se o Mundo acabasse hoje, o melhor jogador de todos os tempos não teria ganho o título mais importante da modalidade.

IEM Katowice 2019 foi, na minha opinião, o Major que s1mple esteve mais perto de vencer. Sim, eu sei que no FACEIT 2018 esteve na final, mas em Londres foram cilindrados por uma Astralis em pico de forma e nem s1mple nem os colegas estiveram à altura do desafio.

Já em março de 2019 a história era outra: o domínio dinamarquês estava em causa, com a maioria dos especialistas a apontarem Liquid como clara favorita (favoritismo esse que se veio a solidificar apenas após o Major). Com a Team Liquid fora do caminho, e numa meia-final contra ENCE, s1mple esteve muito perto de garantir uma final que, na minha opinião, tinha fortes probabilidades de ganhar.

Depois de um Train bem disputado no qual a equipa finlandesa acabou por vencer 16:14, Na’VI destrói ENCE em Dust2 por 16: 3 deixando todas as decisões para este Mirage. Após de um CT-side bem disputado em que Na’Vi termina na frente por 9:6, Na’Vi vence o pistol round e as duas rondas consequentes ficando na frente por 12:6 e apenas a quatro rondas da final. Bem ao estilo inconsistente a que Na’Vi já nos habituou, seguiram-se 7 rondas consecutivas para ENCE que acabam por culminar nesta jogada.

Arrisco-me a dizer que bastava este duelo cair para o lado da estrela ucraniana e Na’Vi vencia esta série e, quem sabe, o Major no dia seguinte. Mas, de uma forma quase alegórica à carreira do jogador, numa ronda praticamente perdida s1mple faz um pouco de tudo mas acaba por faltar “o quase” para finalizar. E é esse quase que o separa do tão desejado troféu. ENCE confirma o título de sensação do torneio e fecha esta ronda e de seguida o mapa por 16:14, garantindo assim um lugar na final onde acabaria por ser trucidada por Astralis.

S1mple foi roubado da desforra que merecia e numa série com um score de +34 (73-39 de K-D!) acaba por ir para casa mais cedo do que desejava. Esta história parece continuar a repetir-se e o título de Major Champion continua a ser o maior fantasma numa carreira histórica. São momentos como estes que levam o nosso Twitch chat a produzir clássicos como “s1mple ou Noé, quem carregou mais animais?”. E, à semelhança da piada do chat, há outra pergunta para a qual também não encontro resposta: Poderá o melhor jogador de todos os tempos pendurar o rato sem ganhar um Major?


Sara Lima – BLAST Pro Series Madrid, 2019

Posso dizer que já tive a sorte de estar presente em vários eventos marcantes no cenário de esports em Portugal.

Se falarmos em CS:GO, o primeiro que vem à cabeça é a BLAST Lisboa, no final de 2018. Impossível esquecer. Grandes estrelas do CS:GO internacional a pisar um palco português… Que se repita em breve!

Mas há um, em particular, que tenho de destacar: a BLAST Pro Series Madrid, em 2019, onde fui em reportagem para a RTP Arena.Para mim, foi o melhor momento de esports. E, por isso, vou descrever com algum detalhe!

Chegada a Madrid, foi guardar tudo no hotel e seguir para o media day. Entrevistei o f0rest, a quem pedi que gravasse uma mensagem especial para o zorlaK (a mensagem apareceu, depois, na stream, em modo surpresa – o zorlaK até corou!), porque tanto um como outro iam ser pais pouco tempo depois.
Entrevistei o s1mple; vários dos jogadores da Astralis (quando o dev1ce ainda fazia parte da equipa, eheheh), o mixwell, que na altura estava na Movistar Riders e, claro, quase todos os jogadores da Giants.

Curiosidade: Levei calças pretas, uma t-shirt branca e um casaco vermelho. Podia ter sido em sinal de apoio, mas não foi combinado e muito menos pensado. Nada acontece por acaso, não é? Tive de registar o momento, claro!

A organização da BLAST, que já nos conhecia de Lisboa, foi 5 estrelas. Facilitou tudo, incluindo flash interviews. Os jogadores da Giants… incríveis. Mesmo cansados, aceitaram todas as entrevistas, sempre acessíveis.

Vivia-se, sentia-se, respirava-se vermelho e verde.

Gravava conteúdos para tv e para a transmissão. Portanto, assim que acabava uma entrevista junto ao palco, enviava o vídeo para Portugal asap para que as declarações dos jogadores entrassem na transmissão praticamente no pós-jogo imediato. Foram poucas horas dormidas, conteúdo editado a altas horas da noite… Mas é impossível esquecer a vibração do apoio português (uma autêntica claque com dois autocarros de Portugal) que encheram a arena de apoio, emoção, festejos, bandeiras, até o hino português ecoou.

No dia seguinte de competição, e porque grande parte dos que se deslocaram a Madrid tiveram de regressar a Portugal, posso dizer que havia mais pessoas a assistir (o evento neste dia já era aberto ao público), mas quem por lá se encontrava não fazia jus aos adeptos tugas. Somos o melhor público. Ponto.

Vim embora de direta para apanhar o primeiro voo da manhã de regresso a Lisboa. Estava de rastos. Foi duro, mas nunca esquecerei.


J1mbras – Coldzera o Awper voador. MLG Major Championship: Columbus 2016

Um dos momentos que mais me fez vibrar nos esports foi durante um jogo de CS:GO.

Corria o ano de 2016, estava a ser jogado o primeiro Major organizado na América do Norte, em Columbus, Ohio.

Como em todos os Majors de CS:GO, estavam presentes as melhores equipas do mundo, mas houve uma que se começou a destacar durante a competição: os Luminosity. Fallen, Taco, Coldzera, Fer e fnx estavam a surpreender tudo e todos e estavam pela primeira vez nas meias finais de um Major.

Esta meia final estava a ser disputada contra os Team Liquid, que jogavam em casa perante um público ávido por ver uma equipa norte-americana a vencer um Major, coisa que até aquela data nunca tinha acontecido.

Tudo estava contra os Luminosity, até o resultado. Estavam a perder 15-9, match point para os Liquid, até que aconteceu isto:

Coldzera destrói completamente os Liquid de AWP a defender o B do Mirage. Primeiro com um pixel shot, depois com um jumpshot unscoped em que consegue uma double kill, segue-se outro unscoped a nitr0 e a ronda fecha com o suporte de Taco, que entretanto veio do short para dar uma ajuda.

Tive o prazer de ver esta jogada em direto. Foi absolutamente incrível ver como num momento podemos virar a sorte do jogo. Coldzera, com esta jogada, elevou de tal forma os níveis de confiança da equipa e deixou os Team Liquid tão abalados que virou completamente o jogo, e os Luminosity acabaram por eliminar os Team Liquid por 2-0.

Esta jogada foi claramente o momento de afirmação no torneio, e foi incrível ver tudo aquilo a acontecer em direto. Depois disso os Luminosity acabaram por ganhar o MLG Columbus Major 2016 derrotando os NaVi na final e permitindo a Fallen e companhia erguer este troféu pela primeira vez.

Esta jogada de Coldzera ficou também imortalizada num spray que a Valve inseriu no mapa como homenagem ao momento:

Nesse ano, e por influência de jogadas como esta, Coldzera foi também eleito o melhor jogador do ano pela HLTV.

Este foi sem dúvida um dos momentos que mais me fez vibrar nos esports, não só pela incrível jogada do Cold, mas por tudo o que ela representou para o desfecho do torneio!


Fotografia: Blast

Kazac – O calor do público português na BLAST Pro Series Lisboa, 2018

Nas várias memórias que tenho guardadas dos Esports, um dos momentos mais dignos desta rúbrica acaba por ser a festa do público nas bancadas cheias do Altice Arena.

O ano era 2018 e os portugueses já tinham recebido uma dose inaugural de CS:GO internacional com a 1ª edição do Moche XL Esports em junho, torneio que abriu portas a outras paragens.

Meio ano volvido, a BLAST Pro Series colocava os olhos em Portugal e trazia novamente FalleN e companhia até Lisboa, acompanhados de maiores tubarões do cenário mundial como Astralis e NAVI.

A adesão do público foi incrível e o que se viveu no dia 15 de dezembro deu uma nova fama ao público português, correndo imagens dos momentos que antecederam a final pelos 4 cantos do mundo.

As vibrações do Altice Arena e as sensações do evento tornaram a BLAST Pro Series Lisboa como uma das melhores paragens que o circuito já viu, sendo aclamado a nível internacional.


Que achaste das escolhas da nossa equipa? Algum jogo que consideres que devia estar nesta lista? Conta-nos tudo nos comentários!

Esta nova rúbrica volta em breve com mais escolhas da tua equipa da RTP Arena e também alguns convidados surpresa. Há algum género que estejas curioso de saber a nossa preferência? Deixa nos comentários e pode ser que figure o próximo RTP Arena Picks!

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