No final do mês de Novembro, Luis “Greyy” Perestrelo foi anunciado como o mais recente membro do franchise da Overwatch League que representará a capital francesa, os Paris Eternal. Agora, a RTP Arena traz-te a primeira entrevista em português com o atleta desde o seu ingresso no plantel europeu onde vai falar um pouco sobre a sua adição aos Paris Eternal, do seu passado competitivo e daquilo que espera para os alguns portugueses no Overwatch.

RTP: Olá Greyy! Antes de tudo, parabéns por chegares à Overwatch League! Sabendo que este tem sido um objectivo teu há bastante tempo, deves sentir-te bastante orgulhoso de ti mesmo (e deves estar). De que outra maneira consegues descrever como te sentes?
Greyy: Olá e obrigado! É um sentimento fantástico, sinceramente. Trabalhei tanto para isto e ver esse trabalho árduo recompensado é simplesmente… man, estou feliz. Estou mesmo muito feliz – essa é a melhor maneira de descrever como me sinto. Além disso, estou extremamente entusiasmado e ansioso par a aventura. Quando estava a fazer os testes para Paris, estava a largar tantas horas nos treinos todos os dias para ter a certeza que conseguia ter a melhor demonstração possível que pensei “man, quando souber a resposta deles, seja um sim ou um não, vou tirar um dia ou dois do jogo só para relaxar porque estou exausto“. Mas assim que o Mex me disse que a equipa me queria, eu só quero voltar a treinar duro logo depois – isto é o quão entusiasmado me sinto em relação a toda a coisa. Agora que estou na OWL, só quero ficar cada vez melhor e mal posso esperar por jogar no palco.
RTP: Vais jogar pela única equipa europeia na Overwatch League. Vais estar a representar os Paris Eternal. Isso significa que vais representar não só uma equipa mas, também, uma capital e dois países na competição de Overwatch mais importante de todas. Sentes o peso da responsabilidade?
Greyy: Sim e isso é algo muito importante para mim. Sou o único português a jogar na OWL e, como disseste, faço parte da única equipa completamente europeia. A Europa foi sempre uma região na sombra de outras como a América do Norte e a Coreia apesar de ter um alto número de jogadores muito capazes e de ter excelentes equipas. Se tivermos uma boa prestação esta época, sem dúvida, que mais olhos vão estar virados para a Europa e, por isso, haverá mais hipóteses para jogadores europeus a chegar à OWL. É, claro, uma responsabilidade que me diz muito. E, como é evidente, quero orgulhar Portugal.
RTP: Tens jogado este jogo desde o seu início e já estiveste na Season Zero da Contenders, a primeira época da competição, enquanto jogaste pelos Laser Kittenz. Quando a Overwatch League foi anunciada e tu foste escolhido para os Cloud 9, muitos de nós pensaram que estava feito e que íamos ter um português na OWL. Isso acabou por não acontecer. Podes detalhar um pouco mais o porquê da escolha da equipa coreana em vez da tua, na altura? Foi simplesmente uma questão de “eles são simplesmente melhores que nós”?
Greyy: A nós nunca foi garantido um, lugar na equipa da OWL dos Cloud 9 – por isso, os C9 nunca nos enganaram de maneira alguma – mas achei que tínhamos uma possibilidade muito forte de lá chegar. Havia a equipa da Contenders de que eu fazia parte mas eles estavam a testar dezenas de jogadores. Eu tinha que competir com outros flex supports pelo meu lugar mas eu estava a jogar bem na altura e pensei mesmo que tinha uma forte possibilidade de chegar ao plantel final mas depois foi tomada a decisão de seguir com uma equipa completamente coreana – obviamente não poderia competir pelo lugar ali dado que nem falo a língua. Não os posso culpar visto que, no fim das contas, ganharam a temporada inaugural.


RTP: Depois mudaste-te para a América do Norte para jogar nos OpTic Academy na Season 1 e 2 da Contenders 2018 (mesmo tendo a equipa mudado de nome para GG Esports Academy (GGEA) na Season 2). Como foi essa experiência?
Greyy: Fiz alguns amigos realmente bons naquela equipa e mal posso esperar por jogar contra os meus antigos colegas Aid e Smurf que também se juntaram à OWL para representar os Toronto Defiant e os San Francisco Shock.
RTP: Na tua última entrevista, a outro portal de notícias, mencionaste que esperavas que o Tiago “mowzassa” Rodrigues se juntasse a ti na OWL em breve e juntando-vos em LA. Contudo, isso ainda não aconteceu. Ele joga, agora, pelos Samsung Morning Stars em Itália. Achas que ele já deveria estar na Overwatch League dado que ele é “um monstro mecanicamente e também tem um cérebro que percebe bem como o jogo funciona“?
Greyy: Sim, claro. Os Samsung chegaram aos playoffs com umas loucas cinco vitórias e zero derrotas. Enquanto nós (Paris) ainda estamos na Europa, eles são a equipa que nos dá o melhor treino. O mow e eu temos uma longa história de jogar juntos em equipas e se ele continua a ser o mow que era então vai chegar à OWL em breve. Há muitas capacidades que alguns jogadores têm e que não se conseguem saber “do lado de fora” – e desde que o mow seja capaz de as mostrar em testes que tenha para a Overwatch League que venha a ter no futuro (acompanhadas da sua capacidade mecânica pura), vamos estar juntos em Los Angeles não tarda!
RTP: Que outros portugueses é que achas que se podem juntar a ti na Overwatch League em breve? Preferirias jogar com ou contra eles?
Greyy: O Phatt e o Hortic são os primeiros que me vêm à cabeça (e eles também se estão a dar muito bem na Contenders, no topo do seu grupo com um score de 4-1). Acho que jogar contra eles seria o mais divertido (risos), mas jogámos juntos no Campeonato do Mundo do ano passado e foi uma grande experiência. Como um flex support, é muito importante ter um bom main support que te desbloqueie e te mantenha vivo para que possas explodir e jogar com o Phatt como o meu main support foi bastante suave.
RTP: Sabemos que isto é um tiro de longe: Achas que alguma vez podemos ver uma equipa principalmente composta por portugueses na Overwatch League?
Greyy: Sendo completamente honesto, duvido mesmo muito. Portugal está a crescer muito no que toca a esports mas ainda está muito atrás quando comparado com outros países europeus como a Finlândia ou a Suécia e duvido que uma equipa fosse sequer encher um plantel com jogadores principalmente finlandeses/suecos. Eu acho que à medida que a OWL evolui e se torna uma fenómeno cada vez maior, mais e mais internacionalização acontecerá e não o oposto.
RTP: Estás NA grande liga agora e desejamos-te tudo de bom no teu tempo com os Paris Eternal. Queres deixar algumas palavras para concluir?
Greyy: Quero agradecer a todos os meus fãs e essas coisas cliché! Brincadeiras à parte, vocês têm sido fantásticos. Há poucos que têm estado comigo desde o inicio e é algo que realmente ajuda a motivar-te para trabalhares mais. Além disso, o apoio da comunidade portuguesa quando eu fui anunciado por Paris foi de loucos, foi fantástico e, por isso, obrigado malta! Dia 16 de Fevereiro vemo-nos no palco!
Com a entrevista concluída, resta-nos agradecer ao Greyy pelo tempo retirado do seu horário preenchido para nos responder a estas perguntas. Queremos, também, estender o nosso agradecimento aos Paris Eternal e à sua equipa de gestão por nos permitir fazer esta entrevista e por acreditarem num português trabalhador e naturalmente talentoso.
O Greyy pode ser encontrado online nas plataformas habituais:
www.twitter.com/GreyyOW
www.twitch.tv/greyyow
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