Estivemos à conversa com Hélder “coachi” Sancho para perceber como correu a contratação de Ignacio “meyern” Meyer, de que forma este se poderá encaixar na equipa, possíveis problemas de comunicação que possam existir e ainda sobre as saídas de Renato “nak” Nakano e Rodrigo “RCF” Caponero.
Olá coachi. Acabaram de oficializar a entrada de meyern na vossa equipa – como correu o processo de escolha do jogador?
coachi: Desde que tomámos as decisões de que íamos fazer trocas na equipa, a contratação dos jogadores começou pela definição de uma lista de possíveis reforços. Nós temos dois lugares vagos na equipa e não conseguimos saber se são exatamente os dois primeiros jogadores dessa lista que vamos contratar, pois pode não ser possível por vários fatores. Normalmente todas as equipas fazem essa lista de jogadores que querem contratar – nós fizemos a nossa e o que posso dizer em relação ao meyern é que de todos os jogadores do continente americano, mesmo das equipas mais fortes, ele era, e sempre foi, o número um da mesma. Sempre foi o nosso jogador de sonho, mesmo não sabendo se o íamos conseguir contratar. Mas era aquele que nós queríamos, foi o nosso objetivo número um desde o início!
O que vos fez escolher o jovem argentino ao invés de outros possíveis nomes que estivessem em cima da mesa?
coachi: Até acho que teve alguma piada este processo, porque foi praticamente unânime na equipa que todos queríamos o meyern. É um jogador que nos causou imensos problemas a jogar pela Isurus, já nos destruiu no passado e nós queríamos contar com ele a nosso lado para sermos mais fortes do que alguma vez fomos até hoje.
Apesar de ser uma grande promessa, meyern tem apenas 16 anos e, consequentemente, pouca experiência comparativamente ao resto da equipa. Como te sentes em relação a esse facto, e ao período inicial de adaptação que irá surgir?
coachi: A idade do meyern não é um fator que nos preocupa, é um jogador que teve um ano competitivo muito forte, jogou dois ou três torneios internacionais de grande nível, teve bem nesses mesmos torneios, ou seja, já tem experiência a nível internacional… já o vimos a brilhar contra MIBR! Logo, o fator idade não pesou para nós. Aliás, no nosso entender, até foi um ponto positivo.
A comunicação vai também ter de ser trabalhada, visto que meyern não tem como língua materna o português-brasileiro. Como estão a lidar com esse impasse?
coachi: Obviamente que existe o fator comunicação, mas o meyern é jovem, já vivia no Brasil antes de ingressar nos Sharks, arranha bastante bem o português e está mais do que habituado a jogar com jogadores brasileiros. Nós sabemos que a comunicação não vai ser 100% linear, que não vai ser fácil à primeira, mas eu penso que após uma fase de adaptação, vai ser tranquilo. Acreditamos que com trabalho e o treino intenso que vamos fazer, ele não vai sentir qualquer problema de comunicação no futuro.
Quais as expectativas da equipa para o futuro, tendo em conta a reformulação da equipa e a mudança para a América?
coachi: Nós fizemos estas mudanças grandes – tanto a ida da equipa para os Estados Unidos quanto esta aposta neste novo lineup – para darmos um passo em frente. Nós somos uma equipa bem estabelecida a nível internacional, passamos o ano inteiro entre os 20, 30 ou 40 melhores do mundo, mas queremos chegar um bocadinho mais longe, queremos ser presença assídua nos maiores torneios do mundo e, por isso, tomámos esta decisão de mudar. Queremos tentar estar de forma permanente no top 30 mundial e até, quem sabe, dar ali umas espreitadelas mais vezes dentro do top 20.
O que procuram no quinto e último jogador que falta anunciar?
coachi: Neste momento, para o nosso quinto jogador, já temos uma estrutura muito boa. Temos IGL, AWP, um jogador mais solitário, o exit, temos dois jogadores mais agressivos, o meyern e o leo_druNky, e queremos agora um bom jogador que possa entrar numa posição intermédia. Um terceiro contacto, suporte, que faça as granadas… um jogador mais passivo, digamos assim.
nak foi anunciado na Red Canids – queres deixar algumas palavras relativamente à saída deste e de RCF da equipa? O que vos levou a tomar a decisão de saída dos dois jogadores?
coachi: Os motivos da saída do nak e do RCF foram os mencionados anteriormente – queríamos mudar algumas coisas, queríamos tentar dar um passo em frente. Nós eramos uma equipa sólida e eles estavam a cumprir o seu papel, obviamente. Penso que toda a equipa o estava a fazer, mas sentimos que era preciso um abanão! Nós apostámos na longevidade, tivemos durante muito tempo os mesmos jogadores e foi altura de apostar – e a decisão acabou por ser essa, não foi nada mais do que isso.
Quanto à saída para os RED Canids, o nak é uma lenda, um mito, um dos jogadores mais históricos do cenário mundial. Foi campeão mundial no 1.6, foi um jogador que andou a jogar e a ganhar entre os melhores no CS:GO, conseguiu fazê-lo de novo nos Sharks, ser internacionalmente muito forte, coeso e é uma pessoa maravilhosa a quem nós só temos a agradecer!
Quero agradecer ao Hélder pelo tempo dispensado para a entrevista, assim como desejar boa sorte para o futuro da equipa! Podem seguir o trabalho do treinador português no Twitter.