A Wired publicou ontem uma investigação onde dá conta de um problema grave com AI que já está a afetar a indústria. Em causa está um bundle criado pela Activision para o Call of Duty: Modern Warfare III.

Segundo um report publicado ontem pela Wired, a Activision terá usado mecanismos de Inteligência Artificial, alegadamente para criar partes do bundle Yokai’s Wrath, que chegou ao Call of Duty: Modern Warfare III no passado mês de dezembro, ainda em 2023.

De acordo com a extensa investigação, a empresa, na altura ainda Activision Blizzard, antes de ser adquirida pela Xbox, terá mesmo forçado os artistas a utilizar sistemas como o Midjourney e o Stable Difusion para ajudar a criar.

Esta situação terá acontecido pouco antes da marca, já sobre a alçada da Xbox, afastar centenas de trabalhadores de várias áreas. A investigação reúne testemunhos de vários trabalhadores da indústria e alguns ex-trabalhadores da Activision.

Um dos artistas que optou por permanecer anónimo e falou sobre o pseudónimo, Noah, revelou quanto à obrigação de usar Inteligência Artificial: “Senti que estavam a deitar fora a nossa humanidade“.

A Wired traça um paralelismo desta situação com o facto de que em 2024, durante o boom da AI, a indústria dos videojogos tem visto ondas de despedimentos sem precedentes. Mais de 11 mil pessoas já perderam o emprego a uma escala global e vários estúdios fecharam portas, parte pode ser atribuída à correção pós-pandemia, mas outra parte deve-se especificamente ao corte de valor humano em prol de Inteligência Artificial.

A plataforma noticiosa revela mesmo uma publicação de uma vaga de emprego na Treyarch, um dos estúdios da Activision responsável pelos títulos COD, onde é visível esta nova realidade. A vaga procura um Artista de Animação 2D, mas na seção de requisitos pede que o artista tenha experiência avançada em ferramentas generativas AI.

Revelam também que nenhum dos artistas, ilustradores e designers, que falaram com a plataforma, querem utilizar Inteligência Artificial para fazer o seu trabalho. Infelizmente aponta que não podem comunicar a vontade às chefias com risco de perderem os seus empregos.

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