“A culpa é sempre do RNG!” – Como mudar esta mentalidade
“Este jogo é só RNG!”, “A faca do Knife Juggler tinha de acertar no único minion com 1 de vida!”, “Claro que os tiros do Flamewaker foram todos à cara!” ou “Caramba, o Hero Power foi-lhe dar o Totem de Spell Damage que lhe permitiu ter lethal!”. Tudo isto, entre muitas outras, são coisas que muito frequentemente ouvimos jogadores de Hearthstone dizer. O que estes jogadores não percebem é que, na esmagadora maioria das vezes, estão apenas a arranjar desculpas para um jogo que perderam porque não fizeram a jogada óptima todos os turnos e não tiveram em consideração detalhes que, apesar de improváveis, lhes podem custar o jogo. O meu nome é Nuno “Rapture” Ribeiro, jogador e streamer da For The Win eSports e hoje venho explicar-vos como mudar esta mentalidade.
A primeira coisa de que vos quero lembrar é que o Hearthstone continua a ser um jogo de cartas: o factor aleatoriedade estará sempre associado, desde as mãos iniciais de ambos os jogadores até à sequência de draws de cada um. Nenhum jogo tem uma prevalência desse tal factor tão grande como no Hearthstone, mas a consciencialização disso é o primeiro passo para a tal mudança de mentalidade.
Os exemplos de RNG que mais facilmente vêm à cabeça são os efeitos de minions como Knife Juggler ou o poderoso Ragnaros the Firelord, ou seja, dano distribuído aleatoriamente. Existem diversos tipos de RNG, estando divididos maioritariamente entre RNG controlado ou completamente aleatório.
Outro exemplo de que temos de ter consciência é o de efeitos como Cabalist’s Tome ou Babbling Book, que adicionam Spells aleatórias de Mage à mão. A partir do momento em que uma destas duas cartas é jogada, temos de ter consciência que a probabilidade do adversário ter um extra AOE (Area of Effect) como Blizzard ou Flamestrike é maior, apesar do conjunto das Spells de Mage ainda ser extenso. Contudo, não vamos jogar à volta de todas as Spells possíveis e imaginárias, mas sim do cenário de pior caso e é aí que cabe ao jogador conseguir avaliar a situação e determinar qual a forma de conseguir minimizar ao máximo o estrago causado pelo RNG.
É curioso estar a falar sobre o RNG quando passamos por uma fase no jogo em que o Metagame é dominado por Yogg-Saron, Hope’s End. Este minion simboliza tudo aquilo que o RNG tem de mau. Porém, quando olhamos para uma carta como Yogg-Saron, temos de ter consciência que a carta essencialmente diz “Quantas mais Spells tiveres jogado, maior a probabilidade de ganhar o jogo sozinho”! Não estou a tentar desculpar a existência da carta, mas, estatisticamente, a carta faz o que é suposto! Para terem uma noção, com 10 Spells jogadas, a probabilidade do Yogg-Saron activar um AOE é de quase 80%.
Quantas mais Spells jogadas, maior a probabilidade do Yogg-Saron, Hope’s End conseguir trazer-te de volta ao jogo.
Não esquecer também a mecânica de Discover. Esta mecânica é aclamada como bom e controlado RNG e há que recordar que a probabilidade de descobrir uma carta da respectiva classe num Discover é superior a calhar uma carta Neutral!
Independentemente do tipo de RNG, os estragos dos seus efeitos podem ser minimizados se o jogador tiver consciência do pior cenário possível envolvendo este género de efeitos. Isto pode ser feito, por exemplo, trocando os minions com menor vida com um minion do adversário numa situação em que poderíamos ter usado apenas uma Spell ou efeito uma value trade para tirar esse minion adversário do caminho. Desta forma, os minions que nos restam ficam mais protegidos.
Aceitar o factor de aleatoriedade do jogo é o primeiro passo para melhorar o nível de jogo de um jogador pois leva a que este tenha mais consciência dos piores casos possíveis e permite evitar o chamado “tilt” que leva a desconcentrações e a não jogar de forma ideal. É a aleatoriedade que torna o Hearthstone um jogo de cartas diferente de qualquer outro!
Por hoje é tudo! Estejam atentos, voltarei em breve aqui ao RTP Arena para partilhar convosco mais conteúdo de Hearthstone!
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