Como uma escolha de Deck errada pode prejudicar uma performance – Rescaldo do Winter Tavern Hero Qualifier
Na passada semana, decorreu na 1UP Gaming Lounge o Winter Tavern Hero Qualifier, que apurou o vencedor para um outro Qualifier a ser disputado com os restantes vencedores de Tavern Heroes por esse mundo fora por uma chance nas Winter Preliminaries. Esse vencedor acabou por ser o Bernardo “Ginger” Balau, um nome que pode não ser conhecido da maioria da comunidade, mas é um jogador conotado pela sua assídua presença como moderador em vários canais do Twitch e ainda por ser o português com mais HCT Points neste momento. Ele, como grande parte dos jogadores do torneio, usou a infame lineup de 3 Patches e 1 Kazakus: Aggro Shaman, Pirate Warrior, Miracle Rogue e Reno Mage, aqueles que são os 4 Decks mais populares do jogo neste momento. Esta foi a lineup de 5 jogadores do Top6 deste torneio, ao passo que houve um certo e determinado jogador que agora vos escreve que optou por usar uma lineup um pouco diferente.
O meu nome é Nuno “Rapture” Ribeiro, jogador e streamer da For The Win eSports, e venho fazer-vos um curto rescaldo da minha participação neste torneio, explicar o processo de decisão da minha lineup e como uma escolha menos correcta afectou, a meu ver, a minha performance.
Nos dias que antecederam o torneio, não tive muito tempo para me preparar como deve de ser para um evento tão importante como este, infelizmente. A minha ideia era, portanto, teorizar o mais que podia em conversas com outros jogadores e chegar às possíveis lineups a utilizar. O resultado deste “theorycrafting” está na imagem seguinte.

Para além da óbvia lineup de 3 Patches e 1 Kazakus, tentei encontrar soluções que me permitissem evitar jogar 50/50s o torneio inteiro. Por muito confiante que estivesse na minha capacidade de jogador mirror matches todo o dia, não senti que isso fosse vantagem suficiente sobre o resto dos jogadores, ainda por cima tendo em conta que mal tive tempo para praticar. Posto isto, restavam duas estratégias: ou dar counter aos Aggro Decks ou aos Reno Decks.
A segunda seria basicamente composta por 3 Patches e Jade Druid, o que não me permitia escapar aos 50/50s de que tanto queria fugir, correndo o risco que o Reno do adversário passasse num dos Decks que não o Druid. Acabei por optar pela primeira opção, que consistiu numa lineup composta por Reno Mage, Control Warrior, Dragon Priest e Control Shaman.

O principal counter a esta lineup seria Druid, sendo que Reno Decks e Rogue seriam talvez as ameaças seguintes. Uma vez que não estava à espera que Druid fosse uma escolha popular, decidi fazer da ban principal Reno Mage e tentar adaptar os decks para lidar com Rogue. Isto reflete-se nas escolhas de, no caso do Mage, Frost Nova, Ice Barrier ou Burgly Bully; no caso do Priest, a Dragonfire Potion por poder interagir com a board do adversário sob Conceal e, por esse mesmo motivo, os Devolve no Shaman.
Quanto ao torneio em si: o meu primeiro jogo daquele que viria a ser um longo dia foi contra o “MrCoelho”, o qual ganhei num rápido 3-0.

O jogo seguinte foi contra o “Mgz”, jogador dos Grow Up Gaming, que venci por 3-1, em que a derrota que sofri foi com o Reno Mage contra o Pirate Warrior dele e os meus 3 Decks passaram no Shaman dele. Neste jogo, bani o Priest dele porque alguém me disse que o Warlock dele era Zoo (mais tarde descobri que era Renolock, o que faria deste a ban correcta).

No jogo seguinte, viria a defrontar o meu colega de equipa e amigo de longa data Nuno “Ignite” Pinho. Neste jogo, o Control Warrior rapidamente me deu o 1-0, mas o principal erro que cometi foi a sequência errada da escolha de Decks. Foi também aqui se começou a relevar o ponto fraco da minha lineup: o Dragon Priest.

Posto isto, encontrava-me na Loser’s Bracket, sem poder perder mais um jogo para manter vivas as minhas esperanças de vencer o torneio. Defrontei outro jogador dos Grow Up Gaming, “miguers”. Control Warrior e Control Shaman deram-me o 2-0 contra o seu Aggro Rogue, o Priest vacilou no jogo seguinte, mas viria a obter a vitória contra o Shaman.

No quinto jogo do dia, defrontei o “edmvyrus”, jogador dos Electronik Generation. Não me consigo lembrar de muitos detalhes deste jogo mas recordo-me que foi um jogo bastante renhido e disputado.

O sexto jogo do dia foi, provavelmente, o jogo mais difícil que tive o dia todo, contra o “xParkz”, outro jogador dos Electronik Generation. Rapidamente me pus em vantagem com 2-0, deixando mais uma vez o Dragon Priest para último. Foi neste jogo que tive a confirmação que não devia ter trazido este Deck, uma vez que fui obrigado a ir ao “tira teimas” de Priest contra Shaman. Com o score a 2-2, tive uma mão sem um dragão até ao turno 5 e fui forçado a escolher um Deathwing com o Netherspite Historian no turno 6 pois era a única forma que tinha de ganhar o jogo, se conseguisse aguentar até então. Fiz tudo o que podia para o fazer gastar recursos e conseguir o Deathwing mas precisei do topdeck da Dragonfire Potion após o Deathwing para conseguir selar o jogo.

O jogo seguinte foi contra o “Juganstar”, mais um jogador dos Grow Up Gaming. Consegui vencer por 3-0 contra o Dragon Warrior dele, o que foi importante pois permitiu-me relaxar do intenso jogo que tive antes.

Naquele que viria a ser o meu último jogo, reencontrei o “Ignite”. Este jogo foi muito mais renhido que o anterior encontro, apesar de ele ter conseguido chegar a uma vantagem de 2-0, consegui empatar a série, deixando a decisão final para o meu Dragon Priest. Mais uma vez, este não foi consistente o suficiente para me dar a vitória e o justo vencedor acabou por ser o “Ignite”, que viria a terminar no segundo lugar do torneio.

Posto tudo isto, trazer o Dragon Priest foi a grande falha na minha “performance”, mais do que qualquer erro que eu possa ter feito em algum jogo. O Deck não é suficientemente consistente para conseguir lidar contra o meta e depende demasiado de sinergias de dragões. Talvez ter levado Reno Warlock tivesse sido uma escolha mais acertada, visto que a sua winrate contra os Decks aos quais queria dar counter é sensivelmente a mesma do que o Priest. Tirando esse reparo, fiquei contente com a minha prestação, que foi muito acima das minhas expectativas: não acredito que, se tivesse levado a lineup clássica de 3 Patches e 1 Kazakus, tivesse tido uma melhor “performance”.
Por hoje é tudo! Espero que tenham gostado da leitura e voltarei em breve com novo conteúdo. Até à próxima!
 
rapture
Segue o “Rapture” nas redes sociais:
Facebook
Twitter

TÓPICOS

PUB