Foi esta semana que Abed “Abed” Yusop saltou para as notícias dos esports. O jovem Filipino de 16 anos, actualmente a viver nos Estados Unidos da América em virtude da sua recente contratação por parte dos Digital Chaos, foi notícia por ter ultrapassado a mítica barreira dos 10.000 MMR em Dota 2. A dúvida frequente entre quem não acompanha a scene do MOBA da Valve é o que significa, verdadeiramente, isto?
Pois bem, no Dota 2 rank não é por divisões ou temporadas. O ranking é linear. E cada jogador dispõe apenas de dois ranks: o solo e o party rank (seja duotriple ou full party, conta tudo para o mesmo). Tudo começa com o processo de calibração, que contabiliza não só vitórias e derrotas mas também a utilização do herói escolhido face ao normal para o skill-rank actual (são medidos dados como experiência por minuto, gold por minuto, dano dado, dano curado, quantidade de itens de equipa adquiridos, como wards dusts e outros factores, como o tempo que se atordoou – vulgo “stun” – inimigos, etc).
Depois da calibração, cada jogo entre parties equilibradas coloca em cima da mesa 25 pontos de MMR em disputa. Uma vitória confere mais 25 pontos para o rank, uma derrota subtrair-nos-á esse valor. Mas o valor em causa é influenciado pela diferença de ranks das equipas. Por norma, 25 será o normal. Mas por vezes torna-se difícil encontrar adversários dentro da mesma média de rank e nessas alturas, o Dota 2 coloca-nos perante uma equipa mais forte ou mais fraca. Nessas circunstâncias a pontuação em disputa pode ser tão baixa como 5 pontos, caso a outra equipa seja bastante mais fraca, ou de mais de 40 pontos (O valor máximo que conquistei num jogo até agora foram 42. Presumo que a coisa vá até aos 50).[Quebra de Moldagem do Texto][Quebra de Moldagem do Texto]Ora, dado o matchmaking da Valve, o normal é a coisa ficar-se mesmo pelos 25-26 pontos. E, claro está, apontando para 50% de hipóteses de se vencer ou perder um jogo. Dota 2 é vincadamente um jogo de equipa, pelo que, por norma, não basta ser-se bom para se ir subindo no ranking. Há que jogar bem e orientar ou compensar a equipa quando necessário. Isto faz com que subir na tabela nem sempre seja uma tarefa fácil. As estatísticas mais recentes apontam para um MMR médio a rondar entre os 2500 e os 3000.
Mais de metade dos milhões de jogadores de Dota 2 (perto de 13 milhões sem contar com o gigantesco universo de jogadores chineses) tem menos de 3000 MMR. Pouco mais de 1,5% dos jogadores tem um MMR acima de 5000 tendo em conta a amostra recolhida. Isto dá, portanto, alguma relevância ao marco agora atingido por Abed. Depois de Miracle- ser o “Mr. 9000”, Abed entra agora para a história como “Mr. 10k”, quase um ano depois, e fá-lo sem ter, até ver, um historial financeiramente relevante em termos de equipas. Mais de um ano, portanto, a escalar um fosso de MMR, que envolverá uma média de 40 vitórias de saldo positivo, assumindo partidas equilibradas com 25 pontos em disputa. A coisa acaba por funcionar como um elogio ao equilíbrio ao matchmaking da Valve que vai tendo o tal tendencial 50% de hipótese de vencer ou perder. Afinal, foi preciso mais de um ano para alguém subir dos 9000 para os 100000.


A história de Miracle- é bastante conhecida. A de Abed começa agora a ser escrita, e o seu salto dos Execration para os Digital Chaos, que asseguraram recentemente a presença na fase final do The International, augura boas perspectivas. E vale a pena espreitar algumas das melhores jogadas de Abed para se perceber o destaque deste jogador e a razão pela qual ele se tornou um dos jogadores mais temidos em Meepo, um dos heróis mais complexos do jogo (envolve o controlo de até 5 clones em simultâneo e caso um morra, todos morrem. não é, de todo, um herói acessível para novatos no jogo). Resta-nos dar os parabéns e aguardar por o ver nos palcos do The International 7, em Seattle.


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Crónica do Rubber Chicken pela mão do Ricardo Mota
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